Ambientalistas e ruralistas travam novo round com o plano de combate ao desmatamento no cerrado.
Crônica de mais uma guerra anunciada. A ala ambientalista do governo vai apertar mais ainda o cerco ao setor do agronegócio a partir do ano que vem. É quando o Ministério do Meio Ambiente (MMA) pretende colocar em prática um plano inédito de combate ao desmatamento no cerrado, região onde se concentra a maior área de produção agrícola do país. Reportagem de Danielle Santos, do Correio Braziliense.
Questionado sobre o entendimento com o setor do agronegócio, representado pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, adiantou que a queda de braço será ainda maior que aquela travada em meio às ações de monitoramento das áreas devastadas na Amazônia, mas que espera cooperação. “É claro que a primeira reação será a de que é um absurdo, de que querem asfixiar o cerrado, mas isso não é verdade. A intenção é criar mecanismos que deem um estímulo econômico a atividades sustentáveis que produzam muita carne, muito grão, mas sem acabar com nossa biodiversidade.”
O embate entre as duas áreas está longe de ser novidade. Mas desta vez deve se agravar. Para defender as suas intenções de proteger o restante da área nativa do cerrado, que corresponde a 51,8%, Minc diz que trabalhará duro – apesar de ter no cofre, por enquanto, modestos R$ 400 milhões – no controle e monitoramento, defesa de reservas legais, fomento a atividades sustentáveis, recuperação de área degradada, revitalização de bacias hidrográficas. E que não temerá o rancor do setor agrícola. “Eu acho que quem quer sentar em uma cadeira para defender os biomas brasileiros e tem medo dos desmatadores deve procurar outro cargo.”
O novo plano de combate ao desmatamento no cerrado é apenas mais um de vários temas espinhosos que o ministro do Meio Ambiente tenta enfiar goela abaixo dos ruralistas. Os dois lados também têm opiniões divergentes, por exemplo, sobre o novo código florestal, que regulará a produção agrícola em áreas consolidadas como morros, topos e encostas, e definirá a quantidade da reserva permitida para plantio.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB/SC), vê com espanto a nova proposta do ministro e alfineta, dizendo que esse tipo de informação só é boa para a oposição. “O presidente Lula que me desculpe, mas quem tem um ministro como esse não precisa ter opositor. Se essa maluquice que ele (Minc) inventou sair do papel, teremos que decidir o que será prioridade para o Brasil, plantar, gerar economia ou virar tudo área protegida, como na Amazônia.”
Na Chapada
O deputado da bancada ruralista foi além e comparou o poder de decisão do ministro dentro do governo com a postura adotada por ele durante um evento extraoficial na véspera do feriado de 7 de setembro. “Você acha que alguém que faz apologia à maconha numa festa na Chapada (dos Veadeiros) é capaz de resolver alguma coisa que ajude o Brasil? Enquanto o Lula der corda para ele, é isso o que vai acontecer. Tenho dito que ele (Minc) não planta o que ele fuma.”
A aparição de Minc da qual o parlamentar cita foi filmada e circula na internet. Nela, o ministro aparece em cima de um palco durante um show de reggae na Chapada dos Veadeiros (GO). Embalado pelo som, ele discursou sobre temas variados, que tratavam desde a descriminalização do uso da maconha ao resultado do último jogo entre Brasil e Argentina.
O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
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