domingo, 21 de fevereiro de 2010

Lei dos EUA para o clima fica mais ambiciosa

Nova versão do texto aprovado em junho pelo Senado aumenta corte de emissões para 20%. A legislação americana para o clima ficou um pouco mais ambiciosa: a versão proposta no fim da noite de sexta-feira pela presidente do Comitê de MEIO AMBIENTE e Trabalhos Públicos, Barbara Boxer, pede uma redução da emissão de gases-estufa nos Estados Unidos de 20% em 2020, em relação a 2005. O índice da versão da lei aprovada pelo Senado em junho é de 17%. O projeto da senadora democrata, representante da Califórnia, também prevê grandes benefícios para fazendeiros que reduzirem suas emissões e estabelece um teto para preços no mercado de carbono. O texto de Boxer, assim como o já aprovado pela Câmara, de autoria de dois senadores democratas, Henry Waxman (Califórnia) e Edward Markey (Massachusetts), também favorece o sistema chamado de "cap-and-trade", que limita a emissão de gases-estufa por setor; as empresas que conseguirem ficar abaixo do limite podem comercializar suas "cotas de POLUIÇÃO" para outras. "É um começo muito promissor, que poderia levar à aprovação final no Senado de um projeto de energia limpa", afirmou Daniel Weiss, diretor de estratégia para o clima do Centro para o Progresso Americano. O presidente do Instituto Americano de Petróleo, Jack Gerard, no entanto, disse que a proposta do Senado é similar à da Câmara, mas mais nociva. "Vai impor custos ainda mais altos à economia e distribuí-los de forma desigual", afirmou. Muitos senadores e funcionários da presidência estão trabalhando para desenhar um projeto de lei que conquiste democratas e republicanos oscilantes, cujos votos são necessários para que a proposta seja finalmente aprovada. BENEFÍCIOS O projeto daria créditos a mais para fábricas de processamento de carvão que utilizam técnicas para capturar as emissões de carbono e armazená-las no subsolo, triplicando os créditos permitidos no projeto da Câmara. A estratégia pode ajudar cerca de 30 usinas de carvão ou mais. A Agência de Proteção Ambiental estimou, em um relatório sobre o impacto econômico da proposta Boxer, que os agricultores poderiam obter benefícios anuais de US$ 1,2 bilhão a US$ 18 bilhões com a redução nas emissões. A agência também estima que o custo global do projeto será de US$ 100 por família, semelhante ao projeto aprovado em junho. O projeto da senadora californiana também prevê mais benefícios para as refinarias de petróleo que reduzirem suas emissões, treinamento para trabalhadores em centrais nucleares e benefícios não especificados para usinas de carvão que substituíssem sua matriz energética por gás natural. A última versão do projeto inclui novos financiamentos para pesquisa sobre captura e armazenamento de emissões de dióxido de carbono (CO2) em usinas de energia, mais recursos financeiros para projetos de transporte de baixo carbono, mais assistência para comunidades rurais e tratamento mais favorável para agricultura e silvicultura.

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