sábado, 27 de fevereiro de 2010

Novo estudo prevê verões sem gelo no Ártico

Aquecimento Global confirma em novo estudo previsões de verões sem gelo no Ártico.A temperatura nas águas do Oceano Ártico está subindo desde 1965 e poderia causar verões sem gelo, em um fenômeno parecido ao ocorrido há mais de 3 milhões de anos, segundo um estudo [New quantitative evidence of extreme warmth in the Pliocene Arctic]divulgado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). “As águas superficiais do Ártico e dos mares circundantes estão subindo desde 1965, ainda de maneira mais notável a partir de 1995 e mais rapidamente desde o ano 2000″, escreveu Marci Robinson, cientista do USGS, em artigo da revista “Stratigraphy”. “Os anos de 2007 e 2008 foram os dois primeiros consecutivos que mostraram um mínimo extremo de cobertura de gelo no mar durante o verão”, indicou. Além disso, apontou, “as temperaturas do ar sobre a superfície no outono, nestes dois anos, registraram médias acima de 5º Celsius na região ártica central”. Os cientistas documentaram provas que o oceano Ártico e o Mar Nórdico alcançaram temperaturas que não permitiam o gelo durante o verão em um período temperado do Plioceno Médio entre 3,3 milhões a 3 milhões de anos atrás. Este período se caracterizou por temperaturas similares as projetadas para o final deste século, e os cientistas o utilizam como uma analogia para entender as condições futuras. Na metade do Plioceno, as temperaturas na superfície do mar no Ártico oscilavam entre 10º e 18º Celsius. As temperaturas atuais rondam o 0º Celsius. De acordo com Robinson, “a continuação da tendência poderia indicar uma mudança substancial no regime ártico de gelo, oceano e atmosfera”. A perda do gelo dos mares poderia representar consequências diversas e extensas, como o aquecimento ártico, a aceleração da erosão litorânea pelo aumento do mar e o impacto sobre grandes predadores como os ursos polares e as focas que dependem do manto de gelo polar. As tempestades poderiam ser mais intensas nas latitudes médias, assim como as chuvas no inverno no oeste e sul da Europa, e a redução das precipitações no oeste da América do Norte. “Quando olhamos mais de 3 milhões de anos no passado vemos um padrão de distribuição de calor muito diferente do atual com águas mais temperadas nas latitudes altas”, disse Robinson. “A falta de gelo no mar durante os verões do Plioceno Médio sugere que o derretimento sem precedentes do manto gelado do Ártico em anos recentes poderia ser um alarme adiantado das mudanças mais significativas que se aproximam”, acrescentou. As temperaturas superficiais em todo o planeta durante o Plioceno Médio eram 3º graus Celsius mais altas que no presente. Cientistas explicam aquecimento global de 14 mil anos atrás Equipe liderada por brasileiro explica evento climático mais violento dos últimos 80 mil anos Pesquisadores da Universidade de Bremen, na Alemanha, liderados por um jovem brasileiro, desvendaram as causas do aquecimento mais drástico de uma região do globo nos últimos 80 mil anos. Há 14,7 mil anos as águas do Atlântico Norte aqueceram 9°C em duas décadas. Para que se tenha uma idéia, desde o início da Revolução Industrial, no século 18, a ação humana aumentou a temperatura da Terra em 0,7°C, com impactos ambientais significativos. A descoberta foi publicada na edição deste mês da revista científica Geology. CARAPAÇAS Os cientistas já estudam há muito tempo o evento de Bölling. Pesquisadores brasileiros procuraram no litoral gaúcho as causas do aquecimento nos mares do norte. Carapaças de microrganismos depositadas no fundo do mar ofereceram as informações necessárias para descrever as variações de salinidade e temperatura nos últimos 20 mil anos. As duas variáveis exercem influência direta nas correntes marítimas. O princípio das mudanças foi a deglaciação na costa americana: a água doce invadiu o oceano e diminuiu a salinidade na região acima do Equador. Como conseqüência, as correntes marítimas entre os dois hemisférios cessaram e todo calor ficou represado no sul. Observando as carapaças dos microrganismos, os cientistas identificaram um pequeno aquecimento na costa sul-africana, que abriu uma avenida para uma corrente vinda do Oceano Índico, rica em sal. Ela percorreu a costa da América do Sul e alterou radicalmente a dinâmica da temperatura e da salinidade no Norte. As correntes marítimas foram reativadas e o calor armazenado no sul migrou para o norte. Mecanismo Controlador Pesquisadores da USP, apontam que os resultados obtidos comprovam a importância da circulação oceânica no Atlântico como mecanismo controlador do clima terrestre. Há 11 mil anos ocorreu um evento semelhante de mudança climática abrupta no Atlântico Norte, conhecido como Dryas Recente, mais estudado pelos cientistas do que o evento de Bölling. A descoberta não possui apenas um valor de curiosidade histórica. O artigo publicado ajuda a compreender o que está em jogo quando falamos de mudanças climáticas. Mostra como uma pequena variação na temperatura de uma região pode gerar um efeito praticamente imprevisível do outro lado do planeta.

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