domingo, 21 de fevereiro de 2010

Países ricos defendem compra de créditos para atingir metas

EUA e Europa avaliam que efetiva redução global das emissões de CO2 terá de contar com o mercado. Estados Unidos e Europa afirmam que o mercado de carbono é necessário para reduzir as emissões de CO2 de forma mais rápida e ampla no mundo e negam que, ao comprar créditos de carbono, deixam de fazer esforços domésticos reais. O assunto foi debatido na reunião de negociação para um acordo do clima realizada em Bangcoc, na semana passada. Jonathan Pershing, o negociador-chefe dos Estados Unidos, afirmou ao Estado que não será apenas "um instrumento que irá resolver a questão" climática de maneira ágil e global. Por isso, disse, é preciso considerar o uso do mercado. Mas ele ressaltou que se deve pensar "como o mercado pode trabalhar para nós e não contra nós". "Nós acreditamos que o mercado precisa ser uma parte do acordo. Nós precisamos de todos os instrumentos possíveis." A União Europeia também defendeu o uso do mercado para atingir suas metas em Bangcoc. Mas destacou que é preciso ter regras claras para a utilização e que isso deve ser negociado em Copenhague entre os países. O grupo europeu apresentou uma meta de cortar 20% das emissões de gases que provocam o AQUECIMENTO GLOBAL até 2020, podendo chegar a 30%, dependendo das metas de outros países. "Parte da redução que propusemos achamos que pode ser via mercado. Mas precisamos focar em como faremos isso e em defender a integridade ambiental", disse Karl Falkenberg, da Comissão Europeia. Para ele, é importante aperfeiçoar o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), um dos instrumentos de mercado previsto pelo Protocolo de Kyoto. O MDL incentiva a realização de projetos de corte de emissão em países em desenvolvimento - como o Brasil, China e Índia - e ajuda os países industrializados a atingirem suas metas com a compra de reduções certificadas de emissões. Há projetos para capturar gás em aterro sanitário e para implantar energia renovável, como a solar. POSSIBILIDADES No País, a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (Abemc) considera o MDL importante, mas defende sua simplificação - a burocracia dificultaria a realização de mais projetos. Já a lei de energia e clima que está no Senado dos Estados Unidos prevê um sistema federal de comércio de emissões (o "cap and trade"). E o presidente francês, Nicolas Sarkozy, lançou em setembro um polêmico projeto de imposto sobre o carbono, para taxar o consumo de petróleo e carvão.

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