sexta-feira, 7 de maio de 2010

Natureza Comprometida

Figura 1
Uma das mais preocupantes ocorrências de alteração ambiental verificada até hoje, em todo o planeta, é o fenômeno do aquecimento global, cujas conseqüências estão sendo desastrosas para a preservação da vida sobre a terra. Cientistas que pesquisam o meio ambiente, e particularmente os pesquisadores da NASA – North América Search Authority –, há décadas monitoram as temperaturas médias na superfície oceânica e nas camadas atmosférica do globo terrestre, na busca de respostas para mudanças climáticas inesperadas. Medições de temperatura realizadas durante longo período de tempo confirmaram oscilações discretas num período – vide gráfico figura 01 –, e aumentos significativos em períodos posteriores, despertando a atenção da comunidade científica em todo o mundo. Algo de estranho acontecendo. Novas pesquisas e monitoramentos foram intensificados por diversos institutos dos Estados Unidos, da Europa e Japão, quando identificaram a poluição urbana e industrial como a vilã dessa história. É importante observar que originalmente 90% das moléculas dos gases atmosféricos se concentram na troposfera, caso do oxigênio (O2), nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2), argônio (Ar) além do vapor de água (H2O) representado pelas nuvens. Com o advento do grande desenvolvimento industrial no inicio do século XX e o conseqüente crescimento incontrolável dos centros urbanos, os países ditos desenvolvidos como Estados Unidos, Europa, Japão, Rússia, incluindo os emergentes China, Brasil e Argentina, bombeiam para a atmosfera toneladas de gases poluentes de monóxido de carbono (CO), gás neon (Ne), compostos nitrogenados (NOx), compostos de Cloro-Fluor-Carbono (CFC) e gás metano (CH4). Dessa mistura gasosa proliferam reações entre moléculas que provocam sérios efeitos danosos como a geração de “chuva ácida”, devido a combinação da luz do sol + SO2 + Nox + H2O + oxidantes, formando compostos corrozivos como o ácido sulfúrico. Outra combinação indesejável de moléculas é o CFC + O3(ozônio), resultando na destruição da camada de ozônio que protege os seres vivos contra os efeitos da radiação ultra-violeta do Sol.
Figura 2
Portanto, as chuvas-ácidas corroem a vida e o meio ambiente sobre a terra, e a destruição da camada de ozônio resultando em agressão à vida humana, pois as radiações ultra violetas que não são filtradas pela camada de ozônio chegam à terra, geram o câncer de pele e podem alterar o DNA humano. Entretanto, a mais grave conseqüência que ameaça o bem estar da terra é a permanência de densa camada de gases poluentes na troposfera, que formam uma gigantesca “estufa” com a terra dentro dela (greenhouse effect) – figura 02, e faz com que parte da energia solar absorvida pela terra não retorne para ao espaço como deveria, e, assim, a temperatura da superfície terrestre aumenta. Este fenômeno é conhecido como “efeito estufa”, e atinge, indistintamente, o mundo inteiro. Apesar de já estar diagnosticado o efeito-estufa é preocupante – figuras 3 e 4.
Figura 3 Figura 4
Considerando que nem na natureza tudo são flores, a revista Time publicou recentemente matéria transcrita pela revista brasileira Isto é de setembro/2006 – Ecologia, reportando que estudos recentes demonstraram a gravidade da poluição da fauna vegetal, animal e das águas em todo o mundo, devido a presença de altas concentrações do metal tóxico mercúrio encontrado principalmente nos peixes, moluscos e microrganismos, o que representa outro problema grave para ser trabalhado. Antigamente a preocupação era com o chumbo contido na gasolina, altamente tóxico, que agredia o organismo humano via inalação de gases de combustão. Hoje se descobre que são as usinas-termelétricas à carvão que atuam como fonte primária de mercúrio na atmosfera. O material particulado proveniente do carvão, que contém mercúrio, é jogado na atmosfera e retorna à terra por gravidade contaminando a vida terrestre. O mercúrio na forma de aerosol, produzido num determinado local, pode atravessar continentes e contaminar outras espécies na natureza. Hoje a contaminação por mercúrio já é encontrada, além do ambiente aquático, em ursos polares, morcegos, pássaros, microrganismos e muito mais, provavelmente. O mundo científico e tecnológico têm um grande problema a resolver proveniente das conseqüências do “efeito estufa” e tem, por isso, um compromisso com o futuro da preservação da vida sobre o planeta terra. A situação já é calamitosa mas poderá ser revertida a tempo.

Nenhum comentário:

Importância dos Territórios Indígenas na mitigação das mudanças climáticas

Em um estudo recente na PLOS ONE, pesquisadores de 6 países diferentes, examinaram a importância dos Territórios Indígenas na mitigação das ...