Reciclagem: a arte de transformar o lixo

A dedução de Antoine Lavoisier de que “na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma” não poderia ser tão bem utilizada hoje em dia, em uma época como a nossa, em relação a reutilização dos resíduos e a preocupação ambiental. De modo geral, o meio ambiente é frequentemente discutido em todos os setores da economia, por todas as classes sociais e em vários países. E o aumento do volume de lixo não é apenas um inconveniente. Há dez anos, a prefeitura de Jundiaí/SP resolveu eliminar o aterro sanitário da cidade, com o intuito de minimizar a quantidade de lixo e separar o material orgânico do reciclável. Com essa iniciativa, houve a formação da empresa “Armazém da Natureza”, que atualmente recolhe todo o lixo reciclável e utiliza o caminhão Cata-Treco no município. Com um total de 117 funcionários e 13 caminhões, a empresa recolhe todo o lixo reciclável, entulho e material inservível, como isopor, por exemplo. Segundo o diretor comercial do Armazém da Natureza, Igor Vian Rocca, Tudo tem um destino final depois de separado, limpo e compactado. “O papel, por exemplo, vai para as empresas de celulose. Nossa maior cliente neste ramo é a Klabin”. São reciclados, em média, 100 toneladas de papel por mês. A maior quantidade de material recebido depois do papel é o vidro, em torno de 30 toneladas por mês. A garrafa Pet, por ser um material composto, tem que ser transformada em outros materiais, como fibra de tecidos, pelos bichos de pelúcia e até telhas. “A empresa Ecofabril reutiliza as fibras de Pet para enchimento de edredons e travesseiros”, completa Rocca. O isopor recolhido, apesar de ainda não ser reciclável na região, após a limpeza, é moído novamente e utilizado com enchimento de bichos de pelúcia, pufes, objetos de decoração, etc. Rocca acredita que a conscientização da população vem aumentando, pois, há dez anos, a empresa recebia aproximadamente 100 toneladas de recicláveis por mês. Hoje, a quantidade de material coletado gira em torno de 900 toneladas mensais. A separação do lixo reciclável do orgânico é simples e fácil, já que podem sem armazenados juntos em diferentes recipientes. São materiais recicláveis: embalagens de materiais de limpeza, copinhos de café, potes de margarina, canos e tubos, sacos plásticos, embalagens Tetra Pack, caixas em geral, papeis (jornais, revistas, papelões e rascunhos), latas de folha de flandres (óleo e salsicha), latas de alumínio (refrigerante, água, etc.), potes de conserva, frascos de perfumes, garrafas e copos. O que não é reciclável e deve ser recolhido pela coleta comum de lixo são: orgânicos (sobras de comida), etiquetas adesivas, papel carbono, fita crepe, papéis sanitários, guardanapos, tocos de cigarro, fotografias, clipes, grampos, esponjas de aço, lâmpadas, cerâmicas, porcelanas, tubos de TV, cabo de panela, tomadas, pilhas e espelhos. Por que separar o lixo Lixo também é dinheiro. Veja alguns motivos para fazer a coleta seletiva: - cada lata de alumínio reciclada representa uma economia de energia equivalente a três horas de TV ligada; - o reaproveitamento de latas de refrigerante rende cerca de R$ 30 milhões por ano no Brasil; - reciclar uma tonelada de alumínio gasta 95% menos energia do que a fabricação da mesma quantidade; - quando se recicla uma tonelada de papel, 22 árvores são poupadas; - uma tonelada de alumínio reciclado representa menos cinco toneladas de minério extraído; - cada garrafa de vidro reciclada economiza energia suficiente para acender uma lâmpada de 100 watts durante quatro horas; - para cada mil toneladas de vidro reciclado, preservam-se mais de mil toneladas de areia; - para cada 6.405 toneladas de metal reciclado, são preservadas 987 toneladas de carvão. Para gerar menos lixo - prefira produtos fabricados com materiais reciclados ou aqueles cujas embalagens podem ser reutilizadas com refil; - doe roupas, sapatos e aparelhos que não usar mais; - utilize talheres, copos e pratos de louça. Utensílios descartáveis, além de geram lixo, demoram em se decompor; - selecione produtos hortifrutigranjeiros vendidos a granel para economizar embalagens; - separe o lixo e leve para a reciclagem. Materiais reciclados são hoje utilizados em vários segmentos; - se estiver na rua, guarde o lixo com você até encontrar um local adequado para depositá-lo. Para onde vai o lixo brasileiro? 76% para céu aberto 10,5% para aterro controlado 9% para aterro sanitário 2% para reciclagem