quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

80% do desmate concentram-se em pequenas áreas

Com 80% do desmate concentrado em áreas menores que 0,5 km2 e fora do alcance dos satélites de monitoramento rápido, a devastação da floresta amazônica mudou de padrão e somou 6.451 km2 entre agosto de 2009 e julho de 2010, informou ontem o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O corte pulveriza do da floresta é explicado pelo diretor do INPE, Gilberto Câmara, como uma forma de driblar a fiscalização. 'É picaretagem, uma tentativa de fugir dos satélites', disse, anunciando que o instituto ampliará o foco dos satélites para captar em tempo real os desmatamentos em áreas menores que 0,5 km2. Em 2002, elas representavam 35% do total do desmate na Amazônia.
Em 2010, o peso dessas áreas mais do que dobrou e atingiu 80% do total. E não foi registrado o abate de áreas com mais de 10 km2, que representavam 10% do desmate em 2002. Os números do desmatamento foram anunciados ontem em solenidade no Palácio do Planalto. É a menor taxa desde o início da série histórica, em 1988, e um segundo recorde consecutivo.
A queda, em relação ao ano passado, foi de 13,6%. O porcentual, porém, ficou aquém da expectativa do governo. A queda no ritmo das motosserras na Amazônia é o maior trunfo brasileiro nas negociações do combate ao aquecimento global.
'Vou a Cancun com o cumprimento antecipado da meta prevista para 2016', comemorou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, referindo-se à Conferência do Clima, no México.
No discurso, a ministra repetiu várias vezes o bordão do presidente Lula 'nunca antes na história deste País' para destacar o ineditismo do feito.
Dados preliminares do desmatamento após julho mostram, no entanto, que o combate ao desmatamento na Amazônia ainda representa um desafio. “Fica cada vez mais difícil diminuir o ritmo do desmatamento”, disse o presidente do INPE.
O compromisso do governo é reduzir o desmatamento a 3,9 Km 2 em 2020. Isso representa 80% da média da devastação entre 1995 e 2006. (OESP)

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