terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Plástico ''verde''

Solvay retoma plano para fábrica de plástico ''verde''
Grupo belga havia previsto em 2007 uma nova unidade de produção de PVC no Brasil, mas projeto acabou sendo suspenso.
O grupo belga Solvay retomou o projeto de construção no Brasil de uma fábrica de PVC, com uso de cana de açúcar como matéria-prima. Em análise neste momento pela direção do grupo, o empreendimento poderá mudar o ambiente de negócios do setor no Brasil em 2012, ano em que a Braskem também iniciará as operações de uma nova fábrica da resina.
Caso o projeto da Solvay - que tem no Brasil uma fábrica em Santo André (SP) - receba a aprovação até o início do próximo ano, é possível que as duas empresas disputem para definir qual unidade entrará em operação antes da concorrente. Quando foi originalmente anunciado, em 2007, o plano da Solvay era investir US$ 135 milhões.
Apesar de o projeto da empresa ainda estar sujeito a alterações, ele poderia estar concluído entre 12 e 18 meses depois de sua aprovação. Ou seja, a unidade poderá entrar em operação nos primeiros meses de 2012, mesmo prazo dado pela Braskem para iniciar a produção na fábrica a ser instalada em Alagoas.
Juntos, os dois projetos devem representar uma expansão de aproximadamente 260 mil toneladas anuais de PVC - um plástico de larga utilização na indústria de consumo -, o equivalente a mais de um quarto da atual capacidade instalada do setor no Brasil, de aproximadamente 800 mil toneladas.
De acordo com o diretor comercial da Solvay Indupa para o Mercosul, Carlos Alberto Tieghi, o projeto inicial da companhia prevê que a nova linha de produção terá capacidade de 60 mil toneladas anuais de eteno verde, a partir de cana de açúcar, e capacidade praticamente idêntica de PVC -. "Existe o interesse de clientes específicos pelo PVC verde. Esses clientes aceitam pagar mais por um produto diferenciado", disse.
O desenvolvimento de resinas termoplásticas a partir da cana-de-açúcar não é novidade no Brasil. Desde setembro passado, a Braskem já opera uma fábrica de eteno verde, produzido a partir da cana de açúcar, que posteriormente é convertido em polietileno (PE). A mesma tecnologia pode ser utilizada na produção de PVC, resina cujas matérias-primas são o eteno e o cloro.
Licenças. Tieghi revelou que a Solvay já possui acordos acerca de equipamentos que serão utilizados na unidade, assim como de licenças para a instalação e operação da nova fábrica. Esses acertos podem acelerar o projeto, caso o aporte seja aprovado. "O investimento será feito somente pela Solvay", destacou o executivo, que evitou dar maiores detalhes sobre o projeto em análise.
Ao iniciar a produção de PVC a partir de fontes renováveis, a Solvay deve reduzir a dependência do eteno fornecido pela Quattor, empresa adquirida pela concorrente Braskem.
A possibilidade de os dois projetos entrarem em operação no começo de 2012 resultará em um salto na produção doméstica, o que poderia prejudicar as margens das fabricantes. Tieghi, entretanto, faz questão de minimizar possíveis preocupações. "Temos uma perspectiva de que o mercado crescerá pelo menos 5% ao ano nos próximos cinco anos. E falamos de um mercado que já supera 1 milhão de toneladas anuais", ressaltou.
Caso as projeções da Solvay se confirmem, o consumo aparente de PVC deverá saltar para pouco mais de 1 milhão de toneladas neste ano e subir, até 2012, para mais de 1,1 milhão de toneladas. A produção doméstica cresceria no mesmo período para pouco mais de 1 milhão de toneladas anuais. (OESP)

Nenhum comentário:

Mudanças Climáticas: o que podemos fazer?

Desligue aparelhos e lâmpadas que não estão sendo usados. Dê preferência ao uso de fontes de energia limpa e renováveis, como a energia sola...