domingo, 13 de fevereiro de 2011

Em busca de uma economia global verde

Iniciativa “30 maneiras em 30 dias” [30 Ways in 30 Days] visa a cumprir o limite de dois graus de aquecimento e acelerar a ação mundial em busca de uma economia global verde
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) vai lançar, em tempo para a reunião da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no México, 30 estudos de caso que abrangem desde a criação de mercados de massa para aquecedores solares de água até o reflorestamento e a proteção de florestas, com o objetivo de demonstrar que soluções para combater as alterações climáticas não só estão disponíveis, como também são acessíveis e replicáveis.
“Em todo o mundo, programas centralizados em comunidades e esforços de empresas vêm desafiando o cenário atual com inovação e criatividade. De maneira significativa, eles estão fornecendo benefícios múltiplos de acesso à energia, melhorias na saúde pública e redução de impactos ambientais, para promover a transição para um crescimento verde de baixo carbono. O desafio agora é acelerar e expandir essas transições globalmente”, declarou Achim Steiner, Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA.
Compromissos atuais e promessas no âmbito do acordo de Copenhague em relação às emissões de gases de efeito estufa até 2020, proporcionam uma boa plataforma para uma ação global, mas o nível atual de ambição é considerado insuficiente para atender ao limite de 2oC de aquecimento.
Nesse contexto, o PNUMA anunciou – durante a reunião do CN NET (Climate Neutral Network) na Cúpula de Negócios para o Meio Ambiente (B4E, na sigla em inglês), que aconteceu na Cidade do México nos dias 4 e 5 de Outubro de 2010 – uma nova iniciativa intitulada “30 maneiras em 30 dias”.
O primeiro estudo de caso da iniciativa “30 maneiras em 30 dias” é o Solar Loans for Solar Homes, que se trata de empréstimos para casas com energia solar. Mais de 60 por cento dos lares indianos não tem acesso constante à energia elétrica e depende de querosene para obtenção de luz e da queima de madeira para o aquecimento.
Como um exemplo de empreendedorismo de pequeno porte que se expandiu rapidamente, o programa de empréstimo para casas com energia solar, do PNUMA, trabalhou, em 2003, com dois dos maiores grupos bancários da Índia para fornecer empréstimos a juros baixos para sistemas de energia doméstica fotovoltaica, que é um método de geração de energia elétrica que converte radiação solar em corrente elétrica direta através de semicondutores.
O programa ofereceu suporte técnico e formação e viabilizou taxas de juros reduzidas mediante reembolso aos bancos pela diferença entre as taxas de juros normais de empréstimo e a taxa reduzida oferecida aos mutuários.
Apesar de os bancos não serem diretamente beneficiados por esses subsídios, eles se empenharam em desenvolver um novo mercado para o financiamento nas áreas rurais da Índia. Quase 20 mil sistemas de energia solar foram financiados entre 2003 e 2007. No final do projeto, os subsídios foram gradualmente reduzidos para uma taxa livre de mercado, quando outros bancos começaram a conceder empréstimos em condições comerciais.
O programa de empréstimo “solar” acelerou a penetração da energia solar fotovoltaica no interior da Índia e inspirou muitas iniciativas semelhantes no país e no mundo. Em 2008, o programa ganhou o Prêmio Global de Energia para a Sustentabilidade e, em 2009, foi um dos dois projetos de campo que recebeu o Prêmio ONU21 do Secretário-Geral por inovação no âmbito das Nações Unidas.
O sistema indiano de empréstimo para casas com energia solar influenciou a política nacional da Índia. O governo do país substituiu a sua abordagem de subsídios para dar suporte à energia solar através da bonificação de juros. Os custos de US$ 1,5 milhão em suporte do programa e US$ 6,1 milhões em empréstimos por parte dos parceiros bancários têm sido mais que compensados pelas economias de querosene e outras fontes de energia tradicional nas residências.
“A energia solar é um sonho há tempos ansiado pela população rural, que muitas vezes não tem energia ou contam com fontes de energia falíveis e irregulares. É um produto que pode satisfazer as aspirações das pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. É uma boa oportunidade de negócios para os bancos”, disse PG Ramesh, presidente do banco Pragathi Grameen da Karnataka, na Índia.
Muitas das melhores oportunidades de mitigação das alterações climáticas requerem um nível doméstico de tecnologia, como energia solar, biogás e utensílios de alta-eficiência. Esses regimes de micro-crédito podem ser replicados em outros lugares, e suas escalas podem ser ajustadas conforme a necessidade de casa região.
Estudos de caso serão publicados diariamente no site www.unep.org/unite/30ways entre os dias 1 de novembro e 8 de dezembro. Os exemplos mostrarão uma vasta gama de soluções “verdes” de diferentes partes do mundo para empresários das áreas de energia e transporte, para financiamento de carbono, estilo de vida verde e estratégias de adaptação. (EcoDebate)

Nenhum comentário:

Mudanças Climáticas: o que podemos fazer?

Desligue aparelhos e lâmpadas que não estão sendo usados. Dê preferência ao uso de fontes de energia limpa e renováveis, como a energia sola...