segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

''Miopia'' dos satélites aumenta preocupação

Um mesmo motivo impede cravar, no momento, a eventual mudança na tendência de queda do desmatamento da Amazônia e aumenta a preocupação com o ritmo acelerado das motosserras: os satélites do Inpe responsáveis pela detecção do desmatamento em tempo real são "míopes".
Mais rápido, o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), orienta a ação dos fiscais da área ambiental. Serve de alerta. Foi esse sistema que registrou um aumento de quase 11% no ritmo do desmatamento na floresta nos primeiros cinco meses da próxima taxa anual. Mas o preço da rapidez é a pouca precisão.
Os satélites do sistema de alerta não enxergam além das nuvens e, mais complicado, só captam o desmatamento quando ele alcança dimensões acima de 25 hectares. No ano passado, mais de 80% do desmatamento registrado entre os meses de agosto de 2009 e julho de 2010 escapou da visão dos satélites.
O diretor do INPE, Gilberto Câmara, aposta no lançamento de novos satélites para aumentar a qualidade dos alertas. Mas isso só teria resultados a partir do ano que vem.
Mesmo contando apenas parte da história, os dados de satélites apurados entre agosto e dezembro do ano passado mostram que a queda do desmatamento na Amazônia não pode ser considerada um fato consumado.
Ainda exigirá esforços da fiscalização, não apenas nas áreas tradicionais de expansão do desmatamento, nos Estados de Mato Grosso e do Pará, mas também no Amazonas e também no Acre.
Vitrine do programa brasileiro de corte das emissões de gases de efeito estufa, a queda do desmatamento na Amazônia ainda responde quase sozinha pelas metas fixadas em lei para 2020. O detalhamento de ações de combate às mudanças climáticas em áreas como a produção de energia e a indústria vem sendo adiado. (OESP)

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