domingo, 29 de maio de 2011

Combate ao desmatamento na Amazônia Legal

Governo anuncia reforço no combate ao desmatamento na Amazônia Legal
Operações do IBAMA para apurar as causas do aumento e impedir novas ações dos desmatadores já reúnem mais de 500 fiscais somente em Mato Grosso. Crimes ambientais serão reprimidos pelo IBAMA e Força Nacional também no Pará e Amazonas.
O governo federal vai fechar o cerco aos desmatadores para ter certeza de que o desmatamento não voltará a crescer e para punir quem desmatou ilegalmente. A determinação em reforçar as medidas repressivas reuniu nesta quinta-feira (19/5) quatro ministros de estado, o secretário do Gabinete Institucional da Presidência da República, a Polícia Federal, a Força Nacional e o presidente do IBAMA na primeira reunião do gabinete de crise recém-instalado. “As medidas serão ampliadas”, revelou a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente.
“Estamos trabalhando em tempo integral, com ações articuladas, para deter as tentativas em andamento e prevenir novos focos de desmatamento”, garantiu Izabella.
A ministra reafirmou o compromisso assumido pelo Governo brasileiro nos fóruns internacionais no sentido de reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia. “Saímos de 24 mil Km2 em 2004 para 6,4 Km2 em 2010 e vamos voltar a ter novas quedas”, assegurou.
O desmatamento de 480 Km2 ocorrido em Mato Grosso entre março e abril é considerado atípico. Nesses meses, as taxas costumam ser bem baixas já que o período chuvoso atrapalha a ação dos desmatadores. Ela lembrou, ainda, que o Ibama está atuando nas operações em campo com mais de 500 fiscais, somente nesse estado, número que está sendo reforçado em pelo menos outros três.
O Ministério do Meio Ambiente deverá receber, nos próximos dias, relatórios apontando as propriedades privadas responsáveis pelo desmate. A devastação em Mato Grosso entre abril e março representa a metade de todo o desmatamento ocorrido ao longo do ano passado inteiro. Segundo ela, até mesmo proprietários que tinham licença ambiental, dentro dos 20% permitidos para a Amazônia, podem ter excedido no corte. “Nesse caso, terão as licenças caçadas e devem responder na Justiça”, disse.
Na avaliação de Izabella, ainda é cedo para atribuir o crescimento das taxas de desmatamento a expectativas de mudanças na legislação. “As causas estão sendo apuradas, só depois de termos os relatórios completos poderemos fazer uma avaliação fundamentada”, afirmou.
Nove municípios dos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso vão entrar na lista dos maiores desmatadores na próxima semana e serão alvo de medidas específicas por parte do governo federal. Ela destacou que 62% dos proprietários rurais no Mato Grosso estão em dia com as medidas de contenção do desmatamento. “O desmate foi localizado atingindo 15% das propriedades e concentrados em grandes áreas”, destacou.
Somente em 18/5 a fiscalização apreendeu cinco tratores de grande porte, do tipo utilizado para operar os correntões que devastam grandes áreas de uma só vez. As operações estão em andamento também no Pará e no Amazonas.
Além de Izabella, participaram da primeira reunião do gabinete de crise os ministros José Cardoso, da Justiça; Fernando Bezerra, da Integração; e Nelson Jobim, da Defesa; e o secretário de Relações Institucionais da Presidência, José Élito Siqueira. (EcoDebate)

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