quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

11 cidades paulistas em risco para tragédia

11 cidades paulistas estão na lista de risco para tragédia
Mapeamento feito pelo governo aponta no País 178,5 mil pessoas vivendo em áreas muito suscetíveis a deslizamentos e enchentes.
Um mapeamento inédito feito pelo governo federal encontrou 178,5 mil pessoas morando em áreas de risco alto ou muito alto de serem atingidas neste verão por desabamentos ou enchentes em 28 municípios brasileiros. Elas vivem em 43.625 moradias espalhadas por nove municípios de Santa Catarina, seis do Espírito Santo, seis do Rio Grande do Sul, quatro do Paraná, dois do Rio e um de Minas.
Nenhuma cidade paulista está nesse mapeamento - na lista dos 56 municípios considerados prioritários pelo Ministério da Integração Nacional, porém, estão Campos do Jordão, Cubatão, Diadema, Francisco Morato, Mauá, Santos, São Bernardo, São Paulo, Taboão, Ubatuba e Caraguatatuba.
Esses 56 municípios representam 22% dos 251 do País onde o risco de tragédia climática é maior nesta época. Mas são os únicos que, segundo anúncio feito ontem, deverão receber investimento nos próximos meses.
Entre as 28 cidades com quadro mais crítico, Angra dos Reis (RJ) é a que tem o maior número de moradores em áreas com risco de vida. São 45,9 mil pessoas, em 11,4 mil moradias. No réveillon de 2010, deslizamentos na cidade mataram 52 pessoas.
O levantamento dos moradores em área de risco está sendo conduzido pelo Serviço Geológico do Brasil, vinculado ao Ministério de Minas e Energia. As 28 cidades mapeadas estão entre as prioritárias por causa da recorrência de desastres ao longo dos últimos anos e ocorrências de mortalidade com catástrofes.
Segundo o governo, a identificação do perigo pode ajudar na prevenção de desastres. "Com essas cidades mapeadas, você tem a possibilidade de saber que áreas podem desmoronar quando chove e pode fazer um alerta e deslocar a população", diz o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.
Segundo ele, outros 28 municípios nas Regiões Sul e Sudeste serão mapeados até o início do ano. Até 2014, a meta do governo federal é identificar as áreas de risco em todas as 251 cidades onde há mais possibilidade de catástrofes.
Recursos. O ministro da Integração afirmou ainda que nos próximos dias a presidente Dilma Rousseff assinará uma Medida Provisória destinando R$ 48 milhões às Forças Armadas para a aquisição de equipamentos para auxiliar a Defesa Civil na resposta a catástrofes. De acordo com Bezerra, apenas o Ministério da Integração investiu neste ano R$ 271 milhões em prevenção. Outros R$ 700 milhões foram direcionados pelo governo para ajudar na reconstrução de áreas devastadas.
O secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, ressalta, porém, que a reconstrução é um processo lento. "Não podemos criar a ficção de que um cenário destruído por catástrofe vai ser reconstruído em apenas um ano." Segundo ele, na Região Serrana do Rio, por exemplo, serão necessários pelo menos quatro anos para o restabelecimento das condições anteriores às chuvas de janeiro de 2011.
Prevenir é 7 vezes mais barato do que remediar catástrofe
O secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, defende a criação de uma cultura de prevenção a desastres no Brasil. Segundo ele, esse investimento poderá reduzir a necessidade de reconstrução de cidades e resultar em economia aos cofres públicos. "Cada R$ 1 investido em prevenção equivale a R$ 7 que teriam de ser gastos em resgate", observou.
Ele destacou que o governo está com abrigos preparados para casos de desastres. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, garante que o sistema montado permite respostas em até seis horas em qualquer cidade definidas como suscetível a tragédia. (OESP)

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