Previsões de orgão da ONU sobre cordilheira geraram escândalo
"Geleiras no Himalaia estão retrocedendo mais rápido que em qualquer outra parte do mundo e, se essa taxa continuar, a possibilidade de elas desaparecerem até o ano 2035, e talvez antes, é muito alta, se a Terra continuar aquecendo na taxa atual. Sua área total provavelmente encolherá dos atuais 500 mil para 100 mil km2 até o ano 2035 (WWF, 2005)."
"O recuo e o afinamento das geleiras do Himalaia podem ser atribuídos principalmente ao aquecimento global, por causa do aumento das emissões antropogênicas de gases do efeito estufa."
Esqueça o que você acabou de ler acima. Isso é o que dizia o relatório de 2007 do IPCC (o mais recente de uma série produzida a cada seis anos), num pequeno capítulo referente às geleiras do Himalaia. Nas últimas duas semanas, esses dois parágrafos (e mais algumas coisas) foram finalmente corrigidos, com a publicação de várias erratas no site da organização - que já havia admitido o erro, mas nunca publicado uma correção oficial.
No lugar desses dois parágrafos inteiros entrou uma única frase, dizendo: "Muitas geleiras do Himalaia estão retrocedendo." Ponto.
Desde 2007, o Himalaia é uma pedra grande e gelada no sapato do IPCC. O órgão levou dois anos para reconhecer que as previsões apresentadas no relatório não tinham base científica confiável. E teve de fazê-lo pressionado, em meio a um outro escândalo, relacionado ao vazamento de e-mails de alguns de seus autores, no episódio que ficou conhecido como "Climagate".
Apesar disso, o painel ainda é considerado a principal e mais respeitada autoridade científica sobre mudanças climáticas. Os erros são reconhecidos como falhas pontuais dentro de um relatório extremamente robusto, que não invalidam as conclusões principais - de que o aquecimento global é um problema real, muito provavelmente causado pelo homem, com graves consequências para o planeta e que precisa ser tratado com urgência. (OESP)
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