Aquecimento Global:
Terra deve enfrentar secas, ondas de calor e chuvas mais intensas
"Sabemos o suficiente para tomar as decisões adequadas
sobre a forma de enfrentar os riscos de catástrofes", disse um dos
cientistas.
Segundo cientistas, no futuro é provável que a duração e o
número de ondas de calor aumentem.
O planeta deve se preparar para enfrentar mais calor, secas
mais fortes e, em algumas regiões, chuvas mais violentas devido ao aquecimento,
alertaram especialistas climáticos.
A "mensagem principal" do relatório [Special Report on Managing the Risks of
Extreme Events and Disasters to Advance Climate Change Adaptation http://www.ipcc-wg2.gov/SREX/] publicado em 28/03/12 pelo Painel
Intergovernamenal de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), colegiado
de cientistas sob o guarda-chuva da ONU, é que "sabemos o suficiente para
tomar as decisões adequadas sobre a forma de enfrentar os riscos de catástrofes
vinculadas ao clima", afirmou Chris Field, um dos encarregados deste
grupo.
O documento de 592 páginas, cujas principais conclusões já
foram publicadas em novembro, é a síntese mais completa até agora para explorar
melhor os vínculos que podem existir entre a elevação da temperatura global
vinculada às emissões de gases causadores de efeito estufa e eventos
meteorológicos como furacões, secas, ondas de calor e inundações.
Segundo o IPCC, "há sinais que mostram que as mudanças
climáticas provocaram modificações" em certos episódios extremos há 50
anos e os modelos digitais preveem uma intensificação nas próximas décadas.
No futuro é provável que a duração e o número de ondas de
calor aumentem "em muitas regiões do mundo", segundo os cientistas.
Eles também preveem uma frequência maior dos episódios de
fortes chuvas, em particular nas altas latitudes e nas regiões tropicais.
As secas também serão mais prolongadas e intensas em
determinadas regiões, sobretudo no sul da Europa e nos países mediterrâneos,
mas também no centro da América do Norte.
"Em quase todas as partes existe um risco, tanto nas
regiões desenvolvidas como naquelas em vias de desenvolvimento, nas áreas onde
há um problema de excesso de água, assim como onde existe um problema de
insuficiência", disse Field durante uma teleconferência.
No entanto, "o relatório distingue regiões
particularmente vulneráveis", acrescentou, citando as grandes cidades dos
países em vias de desenvolvimento, as zonas costeiras e os pequenos Estados
insulares.
O relatório se refere ainda à vulnerabilidade da cidade de
Mumbai, onde algumas áreas poderiam se tornar "inabitáveis".
"O mundo deverá se adaptar e reduzir (suas emissões de
gases de efeito estufa) se quiser enfrentar as mudanças climáticas",
lembrou o indiano Rajendra Pachauri, presidente do IPCC.
Este relatório específico, que se baseia em mais de mil
estudos já publicados, contribuirá para o próximo grande informe do painel
intergovernamental, aguardado para 2013-2014 (último é de 2007).
A revista Nature Climate Change publicou em 26/03/12 um
estudo de dois pesquisadores do Instituto Postdam, que também estabelece
vínculos entre o aquecimento global e alguns episódios meteorológicos extremos
durante a última década. (matipoweb)
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