Aquecimento Global:
Frequência de dias com recorde de calor aumentará dez vezes até 2100, diz IPCC
As ondas de calor,
recordes de temperatura e as chuvas intensas devem ser mais frequentes até o
final deste século, destaca relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre
Mudança do Clima) sobre Gestão de Riscos de Eventos Extremos e Desastres para
avançar na Adaptação às Mudanças Climáticas (SREX), divulgado em 28/03/12.
Thomas Stocker,
co-presidente do Grupo de Trabalho I, que participou da elaboração do
relatório, diz que o recorde de temperatura em um dia registrado hoje a cada 20
anos está projetado para ocorrer a cada 2 anos se não forem adotadas medidas de
combate às mudanças climáticas. Se as medidas mais pessimistas forem tomadas, a
frequência pode cair para 1 dia a cada 5 anos até 2100.
Em termos absolutos,
a temperatura máxima diária de 20 anos aumentará de 1º a 3ºC até a metade do
século e poderá chegar a 5º mais quente até 2100, dependendo da região e do
cenário de emissões. O relatório destaca ainda que o aumento das temperaturas
globais não implica necessariamente no aquecimento de todas as regiões e em
todas as épocas.
Desde 1950, é muito
provável que tenha havido uma diminuição global do número de dias e noites
frias e um aumento global do número de dias e noites quentes. Tais mudanças
teriam ocorrido em escala continental, na América do Norte, Europa e Austrália.
Há uma confiança média (em uma escala que tem confiança alta, média e baixa) em
uma tendência de aumento de temperaturas extremas diárias em grande parte da
Ásia.
Globalmente, em
muitas regiões o comprimento, número de períodos quentes ou ondas de calor
devem ter aumentado desde a metade do século 20. É provável que a ação do homem
tenha influenciado o aquecimento da temperatura diária mínima e máxima na
escala global.
Para o fim do século,
é praticamente certo que aumentará a frequência e magnitude de dias e noites
quentes e que diminuirão os dias e noites frios ao longo do século 21.
O relatório diz ainda
que em mais regiões ocorreu o aumento no número de eventos de precipitação
pesados, mas que há grandes variações regionais. A América do Norte deve sofrer
mais com grandes chuvas, já regiões da Europa serão menos afetadas.
Além disso, os
cientistas acreditam no provável aumento na frequência de precipitações
intensas ou aumento na proporção de quedas pesadas em muitas áreas do globo, em
especial nas regiões de altas latitudes e tropicais, e no inverno nas latitudes
médias do norte. A projeção é de que a máxima taxa de precipitação em 24 horas
registrada em 20 anos passe a ser a cada 5 ou 15 anos até o final do século.
“O relatório fornece
diferenciação entre as mudanças observadas e as projetadas em extremos de
temperatura, precipitação e seca em todos os continentes do globo”, diz
Stocker. (EcoDebate)
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