Onda de calor no hemisfério
Norte acelera degelo no Ártico
A onda de calor que atingiu o hemisfério Norte neste mês acelerou o
degelo sazonal do Ártico. Cientistas americanos alertam que a região pode ter
em 2011 a menor extensão de gelo marinho já registrada.
Segundo o NSIDC (Centro Nacional de Dados de Gelo e Neve dos EUA), o
gelo marinho no oceano Ártico está "a caminho de ficar abaixo do nível de
2007", quando bateu seu recorde.
Naquele ano, a Passagem Noroeste, que liga o Atlântico ao Pacífico pelo
norte do Canadá, foi aberta pelo degelo pela primeira vez em séculos.
A passagem ainda não se abriu neste ano. Mas no último domingo a área
coberta pelo gelo marinho era de 7,56 milhões de quilômetros quadrados, quase 3
milhões de quilômetros quadrados inferior à média 1979-2000.
"A extensão está menor nesta época do ano em 2011 do que em
2007", disse à Folha Josefino Comiso, da Nasa.
Segundo ele, um sinal positivo é que há mais gelo marinho espesso (menos
propenso a derreter) neste ano. "No entanto, relata-se que as temperaturas
no Ártico estão relativamente altas, e de fato poderemos ter um novo recorde de
redução do gelo permanente neste ano."
Em julho, o Ártico tem perdido a cada dia uma área maior que a do Estado
de Pernambuco em sua cobertura de mar congelado.
Isso se deve às temperaturas anormais: o polo Norte está de 6ºC a 8ºC
mais quente que o normal neste mês. No litoral da Sibéria, elas estão de 3ºC a
5ºC maiores que o normal.
Pulso
O gelo marinho no Ártico tem um "pulso anual": ele atinge sua extensão máxima na primavera, em abril, e sua mínima em setembro, no outono. O aquecimento do planeta tem causado mais degelo no verão e menos recongelamento no inverno.
O gelo marinho no Ártico tem um "pulso anual": ele atinge sua extensão máxima na primavera, em abril, e sua mínima em setembro, no outono. O aquecimento do planeta tem causado mais degelo no verão e menos recongelamento no inverno.
O gelo e a neve refletem 90% da radiação solar de volta para o espaço. O
mar exposto pelo derretimento do gelo marinho, por outro lado, aumenta a
absorção de radiação, elevando ainda mais a temperatura, porque é mais escuro.
É por isso que o aquecimento global é mais grave no Ártico do que no resto do
mundo.
Neste ano, a extensão máxima do gelo marinho foi a segunda menor já
registrada. Em abril, a Folha sobrevoou regiões da Groenlândia que deveriam
estar congeladas, mas que estavam completamente abertas.
O recorde de 2007 só não foi batido então por causa de uma onda de frio
no começo da primavera, que deu esperança aos cientistas de que 2011 não fosse
ser tão ruim.
Mas o degelo começou mais cedo na primavera --dependendo da região, até
dois meses mais cedo, segundo o NSIDC--, formando poças d'água que aumentam
ainda mais o derretimento. (rabiscosdoantenor)
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