Aterro Controlado de Gramacho, no RJ, é desativado
Durante mais de 30
anos, o Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, na Baixada Fluminense (RJ),
acumulou aproximadamente 60 milhões de toneladas de lixo. Situado às margens da
Baía de Guanabara, em uma região de mangue, forneceu o sustento diário a mais
de 1.600 catadores que trabalhavam em meio a montanhas de restos de todos os
tipos. Em 2011, foi o cenário do documentário Lixo Extraordinário, que retratou
a transformação de lixo em arte pelas mãos do artista Vik Muniz, mostrou o
dia-a-dia dos catadores e foi indicado ao Oscar.
Esta semana, a
história do aterro ganhou um novo capítulo: suas atividades foram encerradas. Até
abril de 2011, Gramacho recebia, todos os dias, aproximadamente 9.500 mil
toneladas de lixo que vinham do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João de
Meriti, Nilópolis, Queimados e Mesquita.
Agora, todo o lixo
será levado para a Central de Tratamento de Resíduos de Seropédica, aterro
inaugurado em 2011 e com tecnologia para tratar o material recebido e o chorume
de forma adequada. O vídeo abaixo mostra como funciona a nova central:
Recuperação
A ideia agora é
recuperar a área de 1,3 milhão m2, o que deve levar pelo menos 15
anos. Neste mesmo período, a cidade do Rio de Janeiro demandará um investimento
de R$ 2 bilhões para o tratamento adequado de todo o seu lixo.
O local abrigará
uma usina de biogás. O metano (gás proveniente da decomposição do lixo e usado
na produção de energia) será fornecido para a Refinaria de Duque de Caxias, da Petrobras.
Parte dos recursos obtidos (18%) será destinada à recuperação ambiental do
bairro de Jardim Gramacho, com pavimentação de ruas, construção de habitações,
ciclovias e áreas de lazer.
Também será
instalado na região um polo reciclador, onde trabalharão cerca de 400 catadores
em atividades de reciclagem de lixo. Todos os que trabalhavam no aterro
receberão uma indenização de R$ 14 mil. A maior parte inicia uma nova fase de
busca por qualificação profissional e recolocação no mercado “formal” de trabalho.
Prefeito do
Rio, Eduardo Paes, e secretário Carlos Minc comemoram com catadores o
fechamento de Gramacho
Política Nacional
A iniciativa faz
parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída por uma lei
nacional que tramitou 20 anos até ser aprovada em 2010. Entre as metas, está o
fim dos lixões no Brasil até o final de 2014. Hoje, são mais de 2.900
espalhados pelo país. Segundo o secretário de Estado do Ambiente do Rio de
Janeiro Carlos Minc, todos os lixões em municípios do entorno da Baía de
Guanabara serão erradicados até o final deste ano. (super.abril)
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