sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Brasil e a saúde dos oceanos

Brasil fica em 35° lugar em índice que mede a saúde dos oceanos
O índice foi criado por pesquisadores das universidades da Califórnia, da Columbia Britânica e pela Conservação Internacional.
Pesquisadores levaram em conta fatores ambientais e econômicos para medir a saúde dos oceanos (Thinkstock)
Um novo estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature mostrou que a saúde dos oceanos do planeta está em risco. Os pesquisadores desenvolveram o Índice de Saúde dos Oceanos, que mediu a qualidade do mar em 171 países. A média global foi de 60 pontos em uma escala de 100, com os países mais desenvolvidos apresentando os melhores resultados. O Brasil ficou em 35º lugar.
O índice foi desenvolvido por 30 pesquisadores de vários institutos, como a Universidade da Califórnia, a Universidade da Columbia Britânica e a Conservação Internacional. Ele mede a saúde do oceano levando em conta tantos as dimensões ambientais quanto sua utilização econômica e social. Segundo os cientistas, o índice considera os seres humanos parte do ecossistema e, por isso, mede o quanto conseguimos aproveitar dos recursos marinhos. "Não estamos buscando locais intocados, mas sim interações sustentáveis com o oceano", diz Ben Halpern, pesquisador da Universidade da Califórnia que participou do estudo.
                               GLOBAL - BRASIL
Pontuação Média – 60 - 62,4
Provisão de Alimentos – 24 - 36
Oportunidades de Pesca Artesanal – 87 - 88
Produtos Naturais – 40 - 29
Armazenamento de Carbono – 75 - 93
Proteção Costeira – 73 - 86
Subsistência e Economia – 75 - 51
Turismo e Recreação – 10 - 0
Identidade Local – 55 - 81
Águas Limpas – 78 - 76
Biodiversidade – 83 - 84
O índice é organizado em torno de 10 fatores que medem o uso que os habitantes de determinados países fazem dos recursos e serviços oferecidos pelo mar. São analisados dados como a limpeza das águas, pesca artesanal, utilização turística e até fatores subjetivos como a identificação dos habitantes com sua área costeira.
Os resultados são preocupantes. Somente 5% dos países marcaram mais do que 70 pontos, enquanto 32% não atingiram 50. “Os números geram apreensão, mas também trazem esperança. Pode não parecer, mas a situação poderia ser pior. Sabemos disso porque conseguimos ver que alguns países conseguem ter sucesso“, diz afirma Ben Halpern.
Lista
A pontuação variou muito entre os diversos países. A nação que tem o oceano em pior estado é Serra Leoa, que conseguiu apenas 36 pontos no índice. O local mais bem pontuado foi a Ilha Jarvis, um território desabitado no Sul do Pacífico pertencente aos Estados Unidos, que atingiu 86 pontos.
Se não forem levados em conta os locais com pequena população, como a Ilha Jarvis, a lista é liderada pelos países desenvolvidos, que, apesar da grande população, conseguem explorar os recursos do mar de maneira sustentável. É o caso da Alemanha, Holanda e Canadá, que fizeram respectivamente 73, 71 e 70 pontos. Os países do oeste da África tiveram a mais baixa pontuação, sugerindo uma relação entre Índice de Desenvolvimento Humano e a saúde dos oceanos. "Os países mais desenvolvidos dispõem dos recursos necessários para investir na manutenção do oceano", diz Halpern.
O Brasil aparece na 35ª colocação, com 62 pontos. No país, os fatores que mais se destacaram foram a identidade local (preservação de espécies nativas e criação de áreas de proteção), provisão de alimentos (de maneira sustentável), armazenamento de carbono e proteção costeira. No entanto, nosso resultado é muito pior que a média na subsistência e turismo.
Os organizadores esperam que o índice seja usado pelos governos para melhorar a qualidade do mar, uma vez que fornece dados concretos para avaliar sua evolução, sem esquecer o aproveitamento econômico de seus recursos. "Ainda há muito espaço para melhorar. Agora temos um referencial para saber como estamos e onde precisamos avançar", diz. (veja)

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