Estudo do Pnuma alerta para risco de ‘falência’ de água em
várias regiões do planeta
Organização avaliou
cerca de 200 projetos criados nos últimos 20 anos. Para ONU, população não
entende limite de uso do recurso hídrico.
Um estudo do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em parceria com outras
instituições avaliou cerca de 200 projetos ligados à água realizados nos
últimos 20 anos em todo o planeta. O relatório ['Science Working Groups -
Groundwater, Lakes, River Basins, Land-based Pollution Sources, and Large
Marine Ecosystems and the Open Ocean'] alerta para o risco de uma
“falência” da água em várias regiões do globo. Entre os fatores que geram
problemas, o Pnuma destaca políticas e decisões erradas tomadas por agentes
sociais, como governos, empresas e organizações locais de comércio, de
pescadores ou agricultores.
O impacto dessa
“falência” é negativo “para a segurança alimentar e de energia, para a
adaptação às mudanças climáticas, para o crescimento econômico e para a
segurança humana”, aponta o estudo.
Um dos exemplos é o
Lago Chade, um dos maiores da África e importante economicamente para a
população de quatro países: Camarões, Níger, Nigéria e Chade. De acordo com a
pesquisa, o lago encolheu consideravelmente nos últimos 40 anos e está mais
raso, com profundidade de 11 metros. O uso intensivo das águas para irrigação
desde a década de 1970 e a pesca local contribuíram para a diminuição do lago,
que também não tem sido abastecido com chuvas como era no passado. Os
agricultores que precisam dele para suas plantações correm risco se o nível de
espelho d’água não for recuperado, aponta o levantamento.
Uma questão sensível
para o Brasil, que abriga boa parte do Aquífero Guarani, uma das maiores
reservas naturais de água do mundo, é a dificuldade que a população local e o
poder público de vários países têm para entender a limitação da capacidade de
recuperação dos aquíferos, aponta o levantamento.
Bacias hidrográficas
têm sofrido pressão crescente devido à urbanização das cidades, aumentando a
escassez de água e a baixa qualidade do líquido disponível, segundo o estudo.
A queda no nível de
oxigênio dissolvido nos oceanos também preocupa os autores. Em 2008, mais de
400 “zonas mortas” marítimas foram identificadas, totalizando 245 mil km² de
áreas com pouco ou nenhum oxigênio disponível para a vida marinha.
No total, os projetos
estudados tiveram mais de US$ 7 bilhões investidos, de acordo com o Pnuma.
Casos bem-sucedidos também são analisados, como o manejo da bacia do Rio da
Prata, que inclui países da América do Sul como Argentina e Brasil. (EcoDebate)
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