Aquecimento Global: Menor nível de oxigênio das águas
afetará crescimento dos peixes, segundo pesquisa
Aquecimento
global faz peixes oceânicos diminuírem de tamanho, diz pesquisa – Algumas
espécies de peixe podem encolher entre 14% e 24% por causa do aquecimento
global, aponta uma pesquisa recém-publicada no periódico Nature Climate Change.
Os autores do estudo
[Shrinking of fishes exacerbates impacts of global ocean changes on marine
ecosystems] projetaram o impacto das temperaturas crescentes em mais de 600
espécies, entre 2001 e 2050. Segundo eles, águas mais quentes têm menor nível
de oxigênio, o que leva a peixes com tamanho consideravelmente menor.
Sendo assim, eles
concluem, o controle das emissões de gases do efeito estufa pode impactar mais
ecossistemas do que se pensava.
Pesquisas prévias
apontavam que mudanças na temperatura oceânica afetariam tanto a localização
quanto a procriação de diversas espécies de peixes. O novo estudo, porém, joga
luz sobre o peso dos peixes.
Para avaliar isso, os
cientistas montaram um modelo que identifica como os animais reagem à redução
do nível de oxigênio na água, usando dados do Painel Intergovernamental para
Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).
Metabolismo
Ainda que os dados
apontem para uma mudança pequena na temperatura da água no fundo dos oceanos, o
impacto disso é grande no que diz respeito ao tamanho dos peixes.
“O aumento da
temperatura eleva diretamente a taxa metabólica do corpo dos peixes”, disse à
BBC News William Cheung, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), autor
da pesquisa. “Isso demanda mais oxigênio para a realização de funções corporais
comuns. Faltará oxigênio para o crescimento, e o peixe terá um corpo menor.”
A equipe de pesquisa
também usou seu modelo para tentar prever a migração de peixes por conta do
aquecimento das águas e concluiu que a maioria das populações irá em direção
aos polos. Sendo assim, alguns mares frios terão de peixes pequenos comuns em
águas tropicais.
Mas a pesquisa faz a
ressalva de que há incertezas nas previsões de mudanças climáticas e oceânicas
e isso pode afetar o modelo apresentado. Sendo assim, diz Cheung, são necessários
novos estudos. “Precisamos olhar com mais cuidado para a resposta biológica
(dos peixes) no futuro”, diz ele.
Ao mesmo tempo,
outros cientistas alertam para o impacto disso na produção pesqueira.
“Indivíduos menores vão produzir ovos menores e em menor quantidade, o que
afetará o potencial reprodutivo dos cardumes e reduzirá sua resistência à pesca
e à poluição”, afirma Alan Baudron, da Universidade de Aberdeen (Grã-Bretanha),
estudioso de cardumes no Mar do Norte. (EcoDebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário