Mais um post da arquiteta e urbanista Tatiana Junkes, que comenta sobre
a sustentabilidade e as tendências de mercados que o setor gera.
Assunto corrente nos mais diversos setores da sociedade nos dias atuais,
a sustentabilidade se divide entre uma estratégia de marketing e a real
conscientização das pessoas e empresas – que se dispõem a mudar seus hábitos de
vida e de consumo em prol de um mundo mais focado em evitar o desperdício. São
várias as tendências e novidades que nos aproximam desta atitude positiva,
vamos lá!!!
1. Iluminação de LED
A iluminação a LED vem ganhando atenção à medida que aumentam as
preocupações com a economia de energia e pode ser encontrada nos mais variados
equipamentos, de celulares à aparelhos de tv.
Estima-se que a iluminação a LED represente cerca de 15% do mercado
atualmente. Um estudo feito pela companhia inglesa de eletricidade Energy
Saving Trust (EST) prevê que essa tecnologia domine o mercado até 2015. As
vantagens são inúmeras. Na iluminação pública, o gasto com energia pode cair
pela metade e em áreas residenciais e comerciais, a economia pode chegar a 90%.
2. Ecotelhados
Eles absorvem água da chuva, agem como isolantes térmicos, reduzem o
consumo de energia e, de quebra, embelezam a cidade. Cada vez mais, os
ecotelhados ou telhados verdes ganham adeptos pelo mundo. Mas, longe do que se
imagina, eles não são frutos dos tempos atuais. O mais antigo e, talvez, famoso
exemplo de cobertura ecológica são os Jardins Suspensos da Babilônia
Agora, diante das preocupações ambientais, eles ganharam força. Hoje em
dia, muitos telhados verdes são instalados para atender à legislações locais
relacionadas ao gerenciamento de águas pluviais, devido à impermeabilização dos
solos urbanos. Países como Alemanha e Suíça já exigem que parte dos edifícios
novos tenham coberturas vegetais. Nos Estados Unidos, a prática de jardinagem
dá vez ao cultivo agrícola no topo dos prédios. De Manhattan ao Brooklyn, as
hortas verticais se multiplicam, produzindo vegetais, frutas e hortaliças.
3. Ecotáxis
Os táxis desempenham um papel fundamental no transporte público das
cidades. Mas como qualquer veículo comum, movido a combustível fóssil,
contribui para a poluição do ar e para emissão de gases efeito estufa. Cientes
deste efeito negativo, um número cada vez maior de cidades tem incluído as
frotas de táxis em programas de combate ao aquecimento global.
Para melhorar a qualidade de vida e reduzir emissões, São Francisco, na
Califórnia lançou em 2007 um programa de incentivo para que as companhias de
táxis adquirissem carros com tecnologia limpa. Atualmente, 78% da frota da
cidade (de 1,5 mil carros) é composta por táxis híbridos ou movidos a células
combustíveis a gás natural comprimido (GNC). Entusiasta desta tendência,
Londres, que já usa veículos elétricos em táxis comuns, já começou a substituir
toda a frota de seus icônicos Black cabs por modelos iguais por fora, mas
movidos a células de combustível a hidrogênio.
4. A vez dos containers
A ideia de transformar um container em um espaço habitável não é nova,
mas ganhou visibilidade após o terremoto, seguido de tsunami, que abalou o
Japão em março de 2011. Com um país em destroço, os containers adaptados
serviram como moradia temporária para milhares de desabrigados.
Atualmente, eles caíram nas graças dos arquitetos e viraram moda no
mundo da construção sustentável, servindo como casas de características
inovadoras e até mesmo como espaços comerciais.
A mais simples e objetiva prática sustentável seria uma melhor
utilização dos sistemas de ventilação e iluminação naturais em nossas
edificações. A maioria delas tem sistemas ineficientes que podem ser melhorados
sem intervenções complexas ou de grandes montantes físicos e financeiros.
Valorizar o conhecimento e contratar profissionais competentes e experientes
para adequar as construções novas e existentes a um sistema ambientalmente
correto e economicamente mais viável é a solução sustentável óbvia. Ás vezes o
óbvio é difícil de ser compreendido. Assim, precisamos avançar e mudar para
melhor. Tecnologia e inovação é a solução. PAULO CESAR BASTOS é engenheiro
civil paulocbastos@bol.com.br
5. Computação em nuvem
Tendência na área de tecnologia da informação, o cloud computing tem se
revelado não só como opção econômica e segura para armazenar informações e
cortar gastos operacionais, mas como uma aliada no processo de redução das
emissões de carbono. Um estudo do CDP (Carbon Disclosure Project), principal
plataforma de reporte de emissões adotada há mais de dez anos pelas maiores
companhias do mundo, mostra que uma empresa que aposta na virtualização de
servidores pode reduzir seu consumo de energia e ainda diminuir as emissões de
carbono pela metade.
Algumas gigantes do setor, como Google e Facebook já utilizam o serviço.
Até 2020, grandes companhias britânicas que utilizam a computação em nuvem
poderão economizar 1,2 bilhões de libras (3,3 bilhões de reais) em energia e
evitar a emissão anual de 9,2 milhões de toneladas de CO2 na
atmosfera, o equivalente a retirar das ruas 4 milhões de carros de passeio.
6. Car sharing
Os serviços de aluguel de carros por períodos determinados prometem
aquecer o mercado de transporte verde. Em grandes centros urbanos, esse tipo de
programa vem sendo considerado um aliado para redução dos níveis de poluição.
Claro que não são todos que oferecem carros elétricos, mas alguns
importantes, como o Autolib, em Paris, e o City Car Share, em São Francisco,
nos EUA, usam apenas modelos ecológicos. Com isso, quem nunca dirigiu um
elétrico mas simpatiza com a proposta pode alugar os veículos e se divertir, e
mesmo aqueles mais céticos em relação à tecnologia podem experimentar e, quem
sabe, acabar gostando.
7. Smart grid
Na transição para uma economia mais limpa e verde, as redes inteligentes
de energia estão entre os setores que mais chamam a atenção de investidores. Em
quatro anos os investimentos em smart grid somaram 161 bilhões de dólares. Ao
contrário da medição manual de energia atualmente realizada pelas empresas do
setor, o sistema inteligente evita erros de medição e permite detectar mais
rapidamente eventuais pontos de interrupção no fornecimento de energia.
Com o monitoramento em tempo real, as operadoras de energia podem
responder mais rápido a um problema na transmissão de energia, por exemplo.
Outro benefício é o controle de fraudes e redução no custo de manutenção da No
Brasil, Aparecida do Norte será a primeira cidade do estado de São Paulo a
receber um projeto piloto de smart grid. (pirâmides)
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