domingo, 3 de março de 2013

Aquecimento global perturba correntes de ar

Aquecimento global perturba correntes de ar e gera fenômenos climáticos extremos no mundo, diz pesquisa
Especialistas em clima determinaram que o aquecimento global está provocando fenômenos meteorológicos extremos – como secas, ondas de calor e frio – ao perturbar as correntes atmosféricas que circulam no hemisfério Norte.
 Uma pesquisa [Quasi-resonant amplification of planetary waves and recent Northern Hemisphere weather extremes] revela que os devastadores fenômenos são consequência de uma mesma perturbação das correntes atmosféricas que circulam sobre o hemisfério Norte do planeta, afetadas pelo aquecimento derivado das emissões de gases do efeito estufa decorrentes de atividades humanas.
“Uma parte importante da circulação do ar nas latitudes médias da Terra assume habitualmente a forma de ondas que se deslocam em torno do globo, oscilando entre as regiões tropicais e árticas”, explica o principal autor do estudo, Vladimir Petukhov, do Instituto de Pesquisa do Impacto do Clima Potsdam (PIK), na Alemanha.
“Quando estas ondas oscilam para cima aspiram o ar quente dos trópicos para Europa, Rússia ou Estados Unidos e, quando se movem para baixo, produzem o mesmo fenômeno, mas com as massas de ar frio do Ártico”, revela o estudo publicado no Pnas (Anais da Academia de Ciências dos Estados Unidos).
“Descobrimos que, durante vários destes fenômenos meteorológicos extremos recentes, estas ondas atmosféricas permaneceram fixas ao longo de várias semanas”.
O aquecimento não é uniforme e varia segundo as regiões do planeta. Na Antártida, a elevação das temperaturas se vê amplificada pela perda de neve e gelo, destaca Petukhov. Isto reduz as diferenças térmicas entre a região ártica e a Europa, por exemplo, o que afeta a circulação do ar em torno do globo, cujo principal motor é a diferença de temperaturas.
Por outro lado, os continentes se aquecem e se esfriam mais rapidamente que os oceanos, o que contribui para a paralisação das ondas de ar.
“Estes dois fatores são cruciais para o mecanismo que detectamos, o que provoca períodos prolongados de calor ou de frio”, assinala.
Dois ou três dias seguidos com temperaturas de 30 graus não são um problema, mas 20 dias ou mais geram um estresse importante em muitos ecossistemas e aglomerações urbanas que não estão habituados a ondas prolongadas de calor. (EcoDebate)

Nenhum comentário:

Ondas de calor devem diminuir em 2025

Ondas de calor devem diminuir em 2025, aponta Climatempo. O pico de emissões em 2025 é uma boa notícia, decerto, mas a física é implacável...