Os dados do Censo 2010, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), indicam que, no máximo 40 anos, a pirâmide etária
brasileira será semelhante à da França atual. O país terá taxa de
natalidade mais baixa e, com isso, média de idade maior. Há 50 anos, o país
tinha o mesmo perfil etário do continente africano hoje: muitos jovens e
crianças. Desde então, a população do país cresce em ritmo cada vez mais
lento.
De acordo com o IBGE, a expansão demográfica média anual foi de apenas 1,17%
nos últimos dez anos, ante 1,64% na década anterior. Nos anos 60, era de 2,89%.
A população do país deve continuar a crescer por mais duas
gerações até os anos 2030. Depois, deve estacionar ou até diminuir.
O país deve começar a se preparar para as transformações que já
acontecem em países como a França. Temos a oportunidade de antecipar
discussões como a da reforma da Previdência. Com um número de pessoas
em idade ativa menor do que o de idosos, a solvência do sistema ficará
ameaçada. Porém, até atingir esse estágio, o país será beneficiado pelo
chamado “bônus demográfico”, caracterizado pela maior presença de
adultos na sociedade. O predomínio da população produtiva vai dar condições de
minimizar o impacto do envelhecimento nas contas públicas.
A redução do número de crianças deve permitir ao país melhorar acesso e
qualidade da educação sem aumentar muito os investimentos. Haverá também transformações
no mercado de produtos e serviços. Com mais adultos e idosos, são
esperadas mudanças nos serviços de saúde, na construção civil e até em lazer.
O país vai ter cada vez mais idosos levando vida ativa. A economia vai ter
que se adaptar às novas necessidades de consumo dessa população. (fernandonogueiracosta.wordpress.com)
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