O IBGE publicou estudo mostrando que somos
mais de 200 milhões de brasileiros. Nos anos 70 éramos 90 milhões em ação, dizia a velha música.
Tão importante quanto a quantidade é o modo de vida das pessoas. Nos
anos 70, três em cada dez brasileiros viviam em cidades, hoje os mesmos 30%
vivem na zona rural.
Moradores de cidades consomem mais recursos naturais em transportes,
conservação de alimento, refrigeração, aquecimento e consumo em geral. O
morador urbano consome quatro a oito vezes mais recursos que aqueles vivendo na
zona rural e 15 a 30 vezes mais que sociedades primitivas.
A conclusão é que não só somos mais, como também consumimos mais.
Até a revolução industrial, éramos uns 300 milhões no planeta inteiro.
Com este tico de gente, dava para ser bem destrutivo sem causar problemas. Dava
para queimar floresta sem causar apagão no nordeste, dava para acabar com a
floresta de cedros do Líbano para construir embarcações fenícias, enfim…
Pintamos e bordamos. Nossos sete bilhões de amigos agora implicam cuidados
maiores, mas temos preferido fingir que ainda vivemos em um planeta vazio.
Cuidados que deverão partir do Governo, de cada um e também dos mercados.
Ninguém está fora disto. É desnecessário discutir responsabilidades. Aliás, ela
é frequentemente uma estratégia para evitar a ação.
Mas o crescimento populacional brasileiro já não é mais o mesmo, e agora
já se fala sobre um pico de população, talvez em 2043, após o qual a população
brasileira irá diminuir. Menos gente é sempre uma boa notícia para o ambiente,
mas é muito importante nos perguntarmos o que estas poucas pessoas estarão fazendo.
Pelas projeções, sabemos também que elas terão mais dinheiro. Neste
momento, mais dinheiro significa mais consumo, carro maior, casa maior. É fácil
saber quanto uma pessoa ganha pelo carro que dirige.
Os brasileiros estão enriquecendo (aliás, o planeta inteiro, excluindo a
África). É natural que queiram seguir o exemplo dos que são mais ricos, mas que
exemplo damos para as pessoas que estão ascendendo materialmente?
Exclua o Papa e o Presidente do Uruguai e ficamos com “Consumo recursos
naturais nas possibilidades dos meus recursos financeiros”. Não mude por
altruísmo, mude por enfado. É enfadonho torrar a própria vida atrás de torrar a
vida de outras espécies. (EcoDebate)
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