Capacidade de absorção de CO2 das florestas
europeias está perto do limite
Com o envelhecimento das árvores, as florestas
europeias não conseguem mais absorver o dióxido de carbono como antes. Estudo
aponta que saturação pode acontecer já em 2030 se nada for feito para reverter
situação.
As florestas
europeias estão com a capacidade de absorção de CO2 perto da saturação. Esta é a conclusão de um
estudo publicado em 18/08/13 na revista Nature Climate Change. Atualmente,
cerca de 10% de toda a emissão europeia é retirada da atmosfera pelas árvores.
Se essa capacidade cair, a região terá mais problemas para neutralizar a
poluição provocada pela indústria e setor de transportes.
“Essas áreas
reflorestadas mostravam-se eficientes na reabsorção de dióxido de carbono, a
projeção é que elas continuariam assim por décadas. No entanto, há sinais de
saturação. Políticas florestais e estratégias de manutenção precisam de uma
revisão se queremos que as florestas continuem retirando CO2 da atmosfera”, sugere o estudo.
O ponto crítico pode
ser alcançado já em 2030, destacou Gert-Jan Nabuurs, da Universidade
Wageningen, na Holanda. O envelhecimento das florestas contribui para o
desequilíbrio do meio ambiente e para o aumento das temperaturas mundiais. As
Nações Unidas alertam que um mundo mais quente provoca ainda a elevação do
nível do mar, além de crescentes de ondas de calor.
Para os cientistas, o
envelhecimento da estrutura das árvores, desastres naturais como inundações e
incêndios frequentes estão os principais motivos que tem limitado as árvores de
desempenharem o papel de defensoras do continente contra o aquecimento global.
Algumas partes do continente também estão começando a derrubar as matas, aponta
o estudo.
Cerca de 10% das
emissões europeias são absorvidas pelas árvores.
Possíveis causas para
o declínio
O estudo afirma ainda
os ataques de insetos às folhagens também prejudicam a capacidade de absorção
das árvores europeias. Para tentar controlar a situação, algumas regiões
resolveram eliminar algumas espécies de partes do continente, para dar espaço
para que as mais jovens continuem a capturar o CO2 da atmosfera na mesma proporção.
Annemarie
Bastrup-Birk, especialista florestal da Agência Europeia do Ambiente e uma das
autoras do estudo, disse que esse a queda na capacidade de absorção acontece em
maior parte na França e Alemanha, mas ainda de maneira “muito regional”. Não
haveria motivos para uma preocupação excessiva, já que o envelhecimento não
abrange todo o continente.
Nationalpark Hainich
em Thüringen
Europa na era verde
A Europa vive a fase
mais verde de sua história desde os últimos séculos: especialistas calculam que
o velho continente nunca esteve tão ocupado por florestas desde a Idade Média.
A expansão se deve à corrida para cobrir com árvores a destruição causada pela
Segunda Guerra. Por outro lado, dados apontam que o crescimento da mata
diminuiu desde 2005, com o envelhecimento da floresta.
As árvores absorvem o
CO2 da atmosfera e o
transformam para continuar crescendo. Elas perdem a capacidade de retirar o gás
a medida que vão envelhecendo e, quando morrem, liberam todo o estoque de CO2 que reservaram durante toda a vida.
Para tentar limitar o
aumento das temperaturas, a União Europeia pretende reduzir em 20% os níveis do
gás estufa até 2020. Para Nabuurs, uma gestão mais eficiente pode evitar o
problema do envelhecimento das florestas europeias. O plantio de novas árvores
também auxiliaria o trabalho de reconstrução das matas. (EcoDebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário