segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Desmate amazônico sobe pela 1ª vez em 4 anos

Desmate na Amazônia sobe pela 1ª vez em 4 anos
Segundo sistema de monitoramento, a taxa cresceu 28% e passou de 4.571 km2 para 5.843 km2, registrados em agosto de 2012 a julho deste ano
Depois de quatro anos consecutivos de queda, o desmatamento na Amazônia Legal voltou a subir. Entre agosto de 2012 e julho deste ano, foram identificados 5.843 km2 de mata derrubada, 28% a mais do que havia sido registrado no período anterior.
"Essa não é a única má notícia", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao comentar os dados, captados pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Prodes-Inpe). O sistema identificou um aumento na extensão das áreas derrubadas sobretudo no Estado do Pará. Ali há registros de desmatamentos acima de mil hectares, um fenômeno que estava em queda.
O aumento nas taxas coincide com a entrada em vigor do novo Código Florestal. Izabella, no entanto, garantiu não haver relação entre os dois fatos. "Considero irresponsáveis tais afirmações", rebateu. Ela argumentou que o novo texto traz segurança jurídica e instrumentos importantes de controle, como o Cadastro Ambiental Rural. "Se tem gente apostando em impunidade é outra coisa."
A ministra atribui o crescimento a outro fator: "É bandalha. É crime organizado, tem alguém acobertando." Ela disse estranhar, por exemplo, o fato de governos não identificarem atividades de desmatamento em grandes áreas. "Como um governador não vê que estão desmatando mil hectares? Como ninguém vê se isso acontecer ao lado do aeroporto?"
Ela cobrou maior engajamento dos Estados e marcou, para a próxima sexta, reunião com secretários estaduais para discussão do assunto. Entre os temas da reunião está a revisão dos critérios de monitoramento.
O Pará foi responsável pela maior área de floresta derrubada. Foram 2.379 km2, 37% a mais do que havia sido identificado no período anterior. A ministra Izabella observou que, embora os números sejam muitos significativos, o dado oficial, repassado pelo governo local, foi de desmate de apenas 2 km2.
Para a ministra, os motivos são a grilagem, o garimpo e as mudanças nos limites de fronteira de terra indígena localizada nas proximidades da BR-163. No Estado, completou, há quase 3 mil garimpos ilegais. Ela descartou relação entre o aumento e a instalação de usinas, como Belo Monte e Tapajós. No entanto, no relatório deste ano, Altamira aparece como uma das regiões de destaque por causa do desmatamento.
Fiscalização
A ministra garantiu não ter havido redução dos recursos para fiscalização que, neste ano, disse, giram em torno de R$ 50 milhões. E citou o fato de terem sido abertos no período quase 4 mil inquéritos para apurar atividades irregulares. Izabella classificou como "lamentável" os dados do Prodes deste ano, mas disse estar comprometida em reverter essa tendência. Ela observou que, apesar da retomada do desmate, este foi o segundo menor índice registrado, desde que o sistema foi instalado, em 1988.
Além do Pará, Izabella destacou o desempenho negativo de Mato Grosso, que registrou no período 1.149 km2 de mata derrubada. Um índice 52% maior do que o no período 2011-2012. Dos 9 Estados da Amazônia Legal, três apresentaram queda: Acre, Amapá e Tocantins. (conteudoclippingmp)

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