Primeiro polo de reciclagem de lixo do país é inaugurado no
Rio
Polo de
Reciclagem de Gramacho.
Catadores do antigo
lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, na baixada fluminense, contam com o primeiro polo de reciclagem de lixo do Brasil. O polo
foi inaugurado em 22/11/13. Na primeira etapa do projeto, cerca de 140
catadores terão a disposição dois galpões voltados para o recebimento, triagem,
enfardamento e estocagem de resíduos para venda.
Ao final dessa fase,
prevista para o fim deste ano, a Secretaria Estadual do Ambiente vai entregar
os projetos executivos do polo aos parceiros financiadores. Os relatórios vão
conter os respectivos custos previstos, que indicarão a construção de mais seis
galpões.
Com isso, o espaço
onde funcionava o lixão terá, no total, oito galpões com maquinário, duas
unidades de processamento de resíduos, além de um centro administrativo para
cursos de qualificação profissional e uma creche. A ideia é absorver 400
ex-catadores, promovendo a inclusão sócio produtiva.
De acordo com
ministro-chefe da Secretária-geral da Presidência da República, Gilberto
Carvalho, que esteve na inauguração, o Rio é um símbolo que vai inspirar outros
estados a iniciarem projetos direcionados para ações sustentáveis. “Nós
encontramos uma forma adequada e fecunda que deu certo, juntando a capacidade
de organização e luta dos catadores pela cidadania, com o apoio de entidades
sociais e a sensibilidade dos governos municipal e estadual, que estimulou a
criação desse projeto. Gente que era tida como margem da sociedade conseguem
com essa luta dar um salto que reafirma sua condição humana e se tornam agentes
econômicos importantes”, disse Carvalho.
O secretário estadual
de Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que a intenção do governo é ampliar a
iniciativa de reciclagem. “Nós estamos em contato com a UFRJ [Universidade
Federal do Rio de Janeiro] para que eles possam nos apoiar nessa iniciativa,
nos dando resíduos para que os catadores aqui possam reciclá-lo”. Segundo ele,
o governo pretende implantar uma medida para que as cooperativas não esperem meses
para conseguir tirar uma licença ambiental. Também haverá um trabalho de
conscientização das grandes empresas.
Situado às margens da
Baia de Guanabara, em Duque de Caxias, o Aterro Metropolitano de Jardim
Gramacho, criado em 1976, era o maior lixão a céu aberto da América Latina, e
recebia diariamente cerca de 11 mil toneladas de resíduos vindos do município
do Rio.
A atividade de
catação no local, que chegou a recuperar mais de 200 toneladas por dia de
resíduos recicláveis e reaproveitáveis, movimenta, no seu entorno, uma economia
que dava sustento a mais de 15 mil pessoas.
Com o fechamento do
aterro, em 2012, os catadores organizados em cooperativa e em uma associação,
assumiram a responsabilidade de dar continuidade na atividade de catação e
propuseram ao governo federal e estadual a criação do polo.
O lixo da capital que
era levado para Gramacho passou a ser transportado para a Central de Tratamento
de Resíduos do Município de Seropédica. Em parceria com a Petrobras, com o
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social e a Fundação Banco do
Brasil, o polo de reciclagem de Gramacho conta com investimento de R$ 12
milhões. A Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) está disponibilizando resíduos
sólidos para que os catadores possam desenvolver os trabalhos iniciais.
(ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário