Estudo alerta para mais secas e temporais numa Europa mais
quente no final do século
A Europa
provavelmente será um lugar muito mais quente no final do século, castigada por
tempestades frequentes que atingirão todo o continente, que também sofrerá com
ondas de calor e secas no sul, alertou um novo estudo publicado em 02/12/13.
O Velho Continente
pode registrar uma elevação média das temperaturas de 1 a 5 graus Celsius em
2100, destacaram os autores do estudo em um comunicado anunciando os resultados
de uma análise climática feita ao longo de três anos por 27 instituições de
pesquisa.
“Nós vemos que a
Europa aquece a um ritmo mais acelerado do que a média global”, declarou à AFP
o climatologista Robert Vautard, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas
(CNRS) francês, ao comentar as descobertas.
Segundo ele, em
meados do século as temperaturas serão de 1 a 3 graus Celsius mais elevadas
durante o verão no sul da Europa e de 1 a 4 graus Celsius mais elevadas durante
o inverno no norte do continente.
Esses níveis são
maiores do que a média de temperaturas globais projetadas com base em cálculos
do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que a situam entre
0,5ºC e 2ºC no mesmo período.
Estas descobertas –
um conjunto de simulações baseado em diferentes cenários de aquecimento global
– foram publicadas em dois periódicos científicos e divulgadas como uma
ferramenta gratuita para desenvolvedores de políticas. Elas foram promovidas pelo
grupo Experimentos Regionais em Pequena Escala Coordenados (CORDEX, na sigla em
inglês).
Uma descoberta chave,
disse Vautard, foi a probabilidade de chuvas mais intensas em toda a Europa, “o
que significa dizer temporais mais frequentes”.
“Outra forte conclusão
é um aumento projetado das ondas de calor na Europa do sul e central”, com
secas mais frequentes, afirmou.
Vautard disse que as
simulações do CORDEX permitiriam planejar a resposta ao impacto climático em
uma escala muito localizada, com um espaçamento entre os pontos do mapa de
cerca de 12 km, em comparação com o espaçamento de 100 a 200 km, mais comumente
usado em projeções climáticas como esta.
Os países membros da
ONU estão negociando um novo acordo para tentar limitar a elevação da
temperatura média global a 2ºC com base em níveis pré-industriais, uma meta que
muitos cientistas afirmam estar fora de alcance.
Os cientistas afirmam
que a humanidade precisa reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito
estufa derivadas da combustão de combustíveis fósseis para evitar os piores
efeitos das mudanças climáticas: mais tempestades severas, secas e uma elevação
do nível do mar capaz de provocar grandes inundações. (ecodebate)
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