A cobertura de gelo
no oeste da Antártida parece estar recuando muito mais do que alguns anos
atrás, revelou um estudo climático da Agência Espacial Europeia (ESA).
Estudos anteriores,
realizados entre 2005 e 2010, estimaram que a cobertura de gelo contribuiu com
0,28 milímetro ao ano para a elevação do nível do mar.
Mas três anos de
observações do satélite europeu de monitoramento do gelo CryoSat sugerem que a
contribuição agora seria 15% maior.
A cobertura de gelo
está perdendo cerca de 150 Km3 cúbicos de gelo por ano, anunciou a
Agência Espacial Europeia (ESA) em um comunicado de imprensa.
O fenômeno está
vinculado a um afinamento nos fluxos de gelo em três grandes geleias – Pine
Island, Thwaites e Smith -, afirmou o cientista polar Malcolm McMillan, na
Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha.
“Nós achamos que o
afinamento do gelo continua a ser mais pronunciado ao longo de cursos de gelo
de escoamento rápido neste setor e seus tributários, com taxas de redução de
quatro a oito metros ao ano perto da linha do solo, onde os cursos de gelo se
desprendem da terra e começam a flutuar no oceano”, afirmou.
Climatologistas
observam com preocupação as poderosas coberturas de gelo da Groenlândia e da
Antártida.
Ali permanecem muitas
dúvidas sobre como este gelo armazenado está respondendo ao aquecimento global,
mas a perda de apenas uma parte significativa dele ameaçaria cidades costeiras
vulneráveis.
A média do nível do
mar global subiu 19 centímetros entre 1901-2010, uma média de 1,7 milímetros ao
ano, e acelerou para 3,2 milímetros ao ano entre 1993 e 2010.
Em setembro, o painel
de especialistas em clima informou em seu Quinto Relatório de Avaliação que a
perda de cobertura de gelo na Groenlândia tinha, provavelmente, aumentado de 34
bilhões de toneladas ao ano na década até 2001 para 215 bilhões de toneladas ao
ano na década seguinte.
Na Antártida, a taxa
de perda provavelmente aumentou de 30 bilhões de toneladas ao ano para 147
bilhões de toneladas ao ano na mesma escala de tempo, destacou o painel.
A maior parte da
perda ocorreu na península do norte da Antártida, considerada um “ponto quente”
onde a taxa de aquecimento corresponde a várias vezes a média global, e na
região do mar de Amundsen, no oeste da Antártida, emendou.
O CryoSat usa um
radar que mede a variação da altura do gelo com precisão elevada, permitindo
aos cientistas calcular o volume da cobertura de gelo.
As novas descobertas
foram apresentadas em um encontro em San Francisco, Califórnia, da American
Geophysical Union, informou a ESA. (ecodebate)
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