Cientista afirma que mudança climática afeta várias partes
do Brasil
Declaração é do co-autor do 5° Relatório de avaliação do
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Norte, nordeste e
sudeste brasileiro sofrem com secas.
À direita, o
chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais, José Marengo. Foto: UNIC Rio/Diogo Cysne
Um cientista alertou em
01/04/14 que a mudança climática afeta várias regiões do Brasil. No nordeste e
no sudeste o problema principal é a seca.
A afirmação foi feita
pelo chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, José Marengo.
Em evento no Rio de
Janeiro, Marengo apresentou um resumo de 30 páginas que foi produzido para
orientar gestores em relação ao problema ambiental. Ele é co-autor do 5º
Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC).
“O que este relatório
está tentando demonstrar agora é basicamente todas as bases científicas para
que sejam consideradas na próxima conferência das partes que vai ocorrer agora
em Lima e no próximo ano lá em Paris. Esta é a ideia, que toda a ciência que
está sendo produzida seja utilizada pelos políticos. Se os políticos não usam
essa ciência, então realmente a gente está perdendo tempo.”
Participaram também
do lançamento especialistas envolvidos na produção do relatório do IPCC.
Impactos no Brasil
Marengo falou dos
impactos sobre o território brasileiro. Para ele, a dimensão continental do
Brasil faz com que o país seja afetado de diferentes formas.
“Socialmente o
nordeste é muito vulnerável, ecologicamente a Amazônia é uma área muito
vulnerável. Na parte hídrica o sudeste e o nordeste são vulneráveis à escassez
de água, com riscos à irrigação e à geração de energia.
Sobre as áreas
costeiras do nordeste e sul do Brasil, o cientista chamou a atenção para a
ocorrência de fenômenos como o branqueamento de corais, provocado por
alterações de temperaturas nos mares.
Com apoio do UNIC
Rio, lançamento aconteceu na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio.
Ele também mencionou
que os políticos devem estar preparados, especialmente nas cidades de Santos e
do Rio de Janeiro, para os custos que a elevação do nível do mar pode causar às
estruturas portuárias.
“Não existe uma
fórmula mágica de adaptação. Se a Argentina desenvolve toda uma estratégia de
agricultura para eles, isso não pode ser aplicado na Índia ou no Brasil. Cada
lugar tem que desenvolver sua própria estratégia de adaptação territorial.
Pode-se falar da adaptação da agricultura, da adaptação social, da saúde. Isso
envolve fatores que não são climáticos, como a vacinação, como o crédito
agropecuário.”
Amazônia
No caso da Amazônia,
o cientista explicou que houve uma mudança de modelo utilizado pelo Painel.
Os cientistas
descobriram que o bioma da região é mais resistente do que se esperava. Os impactos
previstos no 4° Relatório do IPCC foram reavaliados.
Ele disse que “os
resultados novos mostram que de fato a floresta pode ser comprometida, mas não
chegaria tão longe a mudar de vegetação. Não passaria a ser savana, poderia ser
talvez uma floresta mais secundária”. (ecodebate)
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