Fenômenos extremos de 2013 são coerentes com o aquecimento
global, diz relatório da OMM
Os
vários fenômenos climáticos extremos registrados em 2013 são “indicadores
coerentes” da evolução clima provocada pelo aquecimento global, afirma o
relatório anual [WMO Annual Climate
Statement Highlights Extreme Events] da Organização Meteorológica Mundial
(OMM), divulgado em 24/03/14.
A
OMM, uma agência da ONU com sede em Genebra, destaca “o impacto considerável
das secas, ondas de calor, inundações e ciclones tropicais”.
Também
aponta 2013 como o “sexto lugar, empatado com 2007, entre os anos mais quentes
já registrados, o que confirma a tendência de aquecimento observada em longo
prazo”.
“O
número de fenômenos extremos ocorridos em 2013 corresponde ao que era esperado
neste contexto de mudança climática provocado por causas humanas”, afirma o
documento.
A
agência menciona especificamente fenômenos como o frio extremo na Europa e
Estados Unidos, as cheias na Índia, Nepal, norte da China, Rússia, Europa
central, Sudão e Somália, a neve no Oriente Médio e a forte seca no sul da
China e no Brasil.
“Assistimos
a chuvas mais abundantes, a ondas de calor mais intensas e ao agravamento dos
danos provocados pelas tempestades e as inundações na costa, devido ao aumento
do nível do mar. O tufão Haiyan, nas Filipinas, é uma trágica ilustração
disto”, afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.
“O
aquecimento global não está registrando nenhuma pausa”, disse, antes de
destacar a aceleração do aquecimento dos oceanos, que alcançou níveis mais
profundos.
“Mais
de 90% do excesso de energia retido pelos gases de efeito estufa se encontra
nos oceanos”, explicou Jarraud.
“Os
gases do efeito estufa estão em um nível recorde, o que significa que nossa
atmosfera e nossos oceanos continuarão em aquecimento nos próximos séculos”,
alertou.
Após
uma análise especial do calor recorde observado na Austrália no verão de 2013,
a OMM afirma que os níveis “teriam sido quase impossíveis sem a influência dos
gases que provocam o efeito estufa de origem humana. Isto demonstra que as
mudanças climáticas geram um forte aumento da probabilidade de certos fenômenos
extremos”.
A
temperatura média na superfície do globo, incluindo terra emersa e oceanos, foi
de 14,5°C em 2013, meio grau acima da média calculada para
o período 1961-1990, e 0,03° C acima do registrado na década 2001-2010, afirma
a OMM. Esta já é a década mais quente, segundo os registros.
O
relatório afirma que no decorrer do século XXI foram registrados 13 dos 14 anos
mais quentes, e que cada uma das três últimas décadas foi mais quente que a
anterior.
Os
cientistas alertam há muito tempo que cada vez há menos possibilidades de
reduzir o aquecimento global a dois graus centígrados na comparação com os
níveis prévios à revolução industrial, que é a meta da ONU.
No
momento existe um escasso consenso internacional sobre a forma de reduzir as
emissões de gases do efeito estufa, resultantes da atividade industrial, dos
transportes e da agricultura.
Alguns
cientistas acreditam que a este ritmo, em 2100 a temperatura do planeta terá
aumentado em quatro graus ou inclusive mais, o que provocará secas ainda mais
graves, inundações, tempestades e fomes. (ecodebate)
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