Pela primeira vez desde o início da crise hídrica, a
companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) admitiu
formalmente a possibilidade de adotar um racionamento de água na capital
paulista e região metropolitana ainda em 2014. "Se as chuvas não
retornarem a índices adequados e, consequentemente, os níveis dos reservatórios
não forem restabelecidos, poderemos ser obrigados a tomar medidas mais
drásticas, como o rodízio de água", afirma a concessionária em seu
relatório de sustentabilidade referente ao ano de 2013, publicado ontem a noite
no site da companhia.
A escassez inesperada durante o último verão fez com que o
nível dos reservatórios do sistema Cantareira batesse sucessivos recordes
negativos de capacidade. Hoje, o volume de água das reservas voltou a
apresentar queda, de 0,2%, para 12,5%, pior marca desde o
início das operações do Cantareira, em 1974. Desde dezembro, o índice do
sistema já baixou 19,2%.
No relatório, a Sabesp também considera os efeitos
financeiros da atual crise. A concessionária estima uma redução no volume de
água faturado no ano e um acréscimo dos custos operacionais, em função dos
investimentos adicionais necessários para mitigar os efeitos da seca nos
sistemas produtores de água. Entre as medidas emergenciais adotadas pela Sabesp
para manter o abastecimento de água na Grande São Paulo, destacam-se o
investimento de R$ 80 milhões para captação do volume morto do Cantareira e o
programa de bônus para incentivar a redução do consumo.
Ainda de acordo com a concessionária, cujo acionista
majoritário é o governo de São Paulo, embora seja esperada uma queda no
faturamento em 2014, não é possível estimar com precisão qual será o impacto do
programa de descontos na sua receita. "Assim como também não podemos
assegurar que uma eventual estiagem contínua no futuro não venha a provocar um
efeito material e adverso em nosso sistema de abastecimento de água e,
consequentemente, nos nossos negócios e resultados", afirmou a Sabesp.
(yahoo)
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