Falta de planejamento provoca cenário desolador no Cantareira
Como se não bastasse a enxurrada de impostos, taxas e contribuições que
o brasileiro paga todos os dias, o cidadão ainda é obrigado a arcar com o
prejuízo pela falta de planejamento dos governos. Exemplo disso é o que está
ocorrendo na região metropolitana de São Paulo, onde a estiagem dos últimos
meses e a preocupante situação do reservatório Cantareira tem comprometido o
abastecimento de água.
Em vista da possibilidade de racionamento ou rodízio de água, como foi
cogitado, o governo paulista decidiu criar um bônus de 30% de desconto para
quem registrar uma economia de 20%. Mas propôs multar o cidadão que gastar mais
de 20% da média dos 12 meses de 2013. Ou seja, o governo nunca perde.
O Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) afirmou em nota que “o
governo do Estado tem conhecimento desde 2002 dos níveis preocupantes dos
reservatórios de água e, no entanto, não adotou, na velocidade necessária,
medidas tais como a diminuição de perdas físicas de água e elevação do
percentual de tratamento de esgoto na Grande São Paulo”.
Fatores climáticos como a falta de chuvas não podem ser tratados como
casualidade. É consenso entre especialistas de gestão em recursos hídricos que
a falta de planejamento em fontes alternativas e baixo investimento em medidas
capazes de amenizar os efeitos da estiagem também colaboram para essa crise de
abastecimento de água.
Enquanto o planejamento for feito baseado em fatores que transcendem os
fatos, a população continuará sendo a principal penalizada – seja pela falta
d’água ou pelos impostos, taxas, contribuições e multas. O retorno desse pesado
“investimento” que o povo brasileiro faz no governo nunca retorna à altura. É
sempre em escala inferior. (r7)
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