Órgãos gestores e Sabesp divergem sobre necessidade de se deixar reserva
de 50 bilhões de litros para dezembro.
O "volume
morto" do Sistema Cantareira começa ser usado em 14/05/14 pela primeira
vez na história para abastecer a Grande São Paulo. Mas ainda resta um impasse
entre os órgãos gestores do manancial e a Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp) sobre a necessidade de se deixar uma reserva
estratégica de 50 bilhões de litros para dezembro, caso a estiagem atípica se
repita.
A quantidade equivale
a cerca de 5% do volume útil total do manancial, de 981 bilhões de litros, e a
27% dos 183 bilhões de litros de água represada abaixo do nível das comportas
que a Sabesp começa a captar nesta quinta, com uma operação especial. Além
disso, ainda restam 83,7 bilhões do volume útil do Cantareira, ou 8,6% da
capacidade total do sistema.
Sem previsão
Para os defensores
da reserva estratégica do "volume morto", ainda não há nenhuma
garantia de que a pluviometria voltará à normalidade na próxima temporada de
chuva, que ocorre entre setembro e março. Um cenário mais realista só poderia
ser traçado em novembro e, por isso, cogita-se a necessidade de deixar a
reserva estratégica.
Na última temporada
de chuva, por exemplo, a estiagem só começou a ficar mais crítica a partir de
dezembro, quando a vazão média afluente ao Cantareira ficou em 45% em relação à
média histórica do mês. Em fevereiro, pior mês da crise, o índice caiu para
13%. Segundo estudo contratado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) e revelado
em 12/05/14 pelo Estado, estiagens tão severas assim só ocorrem a cada 3.378
anos.
A manutenção de uma
reserva estratégica de 5% é uma medida já adotada nos mananciais utilizados
para geração de energia elétrica. A definição sobre o assunto deve ocorrer nos
próximos dias entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Água
e Energia Elétrica (Daee), órgãos gestores do Cantareira.
Março
Inicialmente, a
Sabesp previa que o "volume morto" seria suficiente para abastecer a
Grande São Paulo por quatro meses. Ao comitê anticrise que monitora o
Cantareira, a empresa informou que a reserva duraria até novembro. Agora, o
secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, afirma que, com a
economia de água pela população e o remanejamento de outros sistemas, o volume
garante o abastecimento até março.
Custo
R$ 80 mi é quanto a
Sabesp estima gastar com as obras para a retirada de água do “volume morto”, em
dois reservatórios do Cantareira.
Entenda a obra para
o uso do volume morto
1. Canal de 3 km de extensão escavado no leito do
reservatório facilitará o escoamento natural da água do fundo da represa em
direção às bombas de captação.
2. Bombas flutuantes vão transferir até 2 mil
litros por segundo de água por uma tubulação através do canal construído até a
entrada do túnel.
3. Diques formam um pequeno lago, isolando os
emboques dos túneis, mantendo níveis de água necessários para as transferências
das vazões por gravidade. (OESP)
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