O meio físico representa o substrato físico onde a vida se
desenvolve. O grande diferencial no estudo do meio físico é o fator tempo. O
planeta terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Para medir o tempo
geológico são utilizados elementos radioativos contidos em certos minerais.
Estes elementos são os relógios da terra, pois sofrem um
tipo especial de transformação que se processa em ritmo uniforme. Por este
processo chamado radioatividade, algumas substâncias se desintegram,
transformando-se em outras. Medindo as duas substâncias na rocha, podemos saber
com precisão a idade.
Pela teoria mais aceita, estima-se que a formação do sistema
solar teve início há seis bilhões de anos, com a contração das nuvens gasosas
da Via Láctea. A poeira e os gases desta nuvem se aglutinaram pela força da
gravidade, e a cerca de 4,5 bilhões de anos formaram-se várias esferas, que
giravam em torno de uma esfera maior de gás incandescente que deu origem ao sol.
As esferas menores formaram os planetas, dentre eles a
Terra. Devido à força da gravidade, os elementos químicos mais pesados, como o
ferro e o níquel concentraram-se no núcleo, enquanto os mais leves como o
silício, o alumínio e os gases permanecerem na superfície. Estes gases foram em
seguida varridos da superfície do planeta por ventos solares.
Antigamente se dizia que o meio físico não tinha vida, mas
após a tectônica de placas fica sem sentido dizer que a terra é inanimada. A
terra pode ser comparada com um ovo. Um ovo tem gema, clara e casca, enquanto a
terra tem um núcleo central equivalente à gema, uma porção intermediária
denominada manto, que equivale à clara do ovo e uma última porção externa,
chamada crosta, que equivale à casca do ovo.
Assim, foram sendo separadas as camadas com propriedades
químicas e físicas distintas no interior do globo terrestre. Há cerca de 4
bilhões de anos, formou-se o núcleo, constituído por ferro e níquel no estado
sólido, com um raio de 3.700 km. Em torno do núcleo formou-se uma camada
denominada Manto, que possui aproximadamente 2.900km de espessura, constituída
de material em estado pastoso, constituída por silício e magnésio.
Após, cerca de 4 bilhões de anos atrás, gases do manto se
separam, formando uma camada ao redor da Terra, denominada Atmosfera, com
características muito semelhantes com as atuais. Na última fase, cerca de 3,7
bilhões de anos atrás, solidifica-se uma fina camada de rochas, denominada
Crosta. Este material não é homogêneo. Embaixo dos oceanos tem aproximadamente
7 km de espessura, e é constituída por rochas de composição semelhante ao
manto, de composição ferro-magnesiana. Nos continentes, a espessura da crosta
aumenta para 30 a 35 km, sendo composto por rochas formadas por silício e alumínio
e, portanto mais leves que nos fundos de oceanos.
As transformações da Terra são causadas por movimentos que
ocorrem na estrutura da terra, que comparamos a um ovo. No núcleo da terra, em
função do decaimento radioativo dos elementos químicos, ocorre grande produção
de calor. Esta energia produz correntes de convecção no manto da terra. Estas
correntes produzem lavas nas margens de construção de continentes, que
movimentam as placas continentais, subaéreas ou subaquáticas.
As correntes de convecção no manto, produzidas pelo
aquecimento a partir do Núcleo, movimentam os continentes num processo
denominado DERIVA CONTINENTAL.
O estudo do fundo do oceano Atlântico mostrou a existência
de uma enorme cadeia de montanhas submarinas, formadas pela saída de magma do
manto. Este material entra em contato com a água resfria torna-se sólido e dá
origem a um novo fundo submarino, e à medida que cresce empurra o continente
africano para leste e o continente americano para oeste, por exemplo. Este
fenômeno é conhecido como expansão do fundo oceânico, e ocorre nas chamadas
margens construtivas de placas.
Este mesmo processo ocorre em outras partes do planeta e faz
com que os continentes se movimentem como objetos em uma esteira rolante. Para
compensar a criação de placas na margem construtiva ocorre a destruição de
placas nas chamadas margens destrutivas, onde as placas se chocam e as rochas
de suas bordas sofrem enrugamentos e dobras sob condições de altas temperaturas
e pressões, originando terremotos, dobramentos e falhamentos.
Com base nestes estudos e considerando as datações
radiométricas, imagina-se que os continentes da terra estivessem agrupados há
cerca de 200 milhões de anos atrás numa massa continental denominada Pangea.
Então, movidas pelo processo de dinâmica interna, as placas teriam se
movimentado lentamente, com a razão mínima de 2 cm/ano a 7 cm/ano até atingir a
situação atual.
O movimento das placas é causado pelo vulcanismo, que se
origina pela saída de rochas fundidas, denominadas Magmas, nas fissuras
meso-oceânicas das denominadas margens criativas ou de construção.
No Brasil, também ocorrem terremotos e vulcões. Os
terremotos são muito raros e de pequena intensidade, e somente são encontrados
restos de vulcões extintos. Isto ocorre devido à localização do Brasil, que se
situa distante das margens construtivas ou cadeias meso-oceânicas e longe das
margens destrutivas ou zonas de subdução ou colisão. (ecodebate)
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