A Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos informou, em
nota, que as projeções da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp) indicam que o Sistema Alto Tietê "tem água suficiente para
garantir o abastecimento até a próxima estação chuvosa". Segundo a pasta,
essa garantia se deve aos "investimentos feitos pela empresa e à ampla
adesão à campanha de uso racional da água, em que 91% da população da Região
Metropolitana de São Paulo reduziu seu consumo".
Questionada sobre a queda no volume do Alto Tietê, a secretaria diz, no
texto, que "lamenta que, depois de reiteradas e infrutíferas tentativas de
provar que a água do Cantareira vai acabar, o jornal O Estado de S.Paulo agora
encampe a tese de que outro sistema, o Alto Tietê, vai "secar" e
"entrar em colapso’".
Segundo a pasta, a Sabesp, em conjunto com os órgãos reguladores -
Agência Nacional de Águas (ANA) e Departamento de Água e Energia Elétrica
(DAEE) -, "acompanha o desempenho desse sistema para definir o melhor
aproveitamento conjugado com o Cantareira". "Não é razoável, como tem
feito sistematicamente a reportagem do Estado, traçar sempre o cenário mais
desfavorável", responde a secretaria.
Em março, o Estado antecipou que o comitê anticrise do Cantareira previu
que o volume útil do sistema pode acabar em julho. Em maio, a Sabesp iniciou a
retirada do "volume morto" porque a água represada acima do nível das
comportas acabou em duas represas. No mês passado, a reportagem mostrou que a
própria Sabesp admite que a primeira parte da reserva pode acabar em outubro.
Sobre a nota técnica da própria Sabesp que previa "rodízio
administrável", com a vazão de 28 mil litros por segundo, a secretaria diz
que "a reportagem do Estado tenta criar um racionamento de água que não
existe". Segundo a pasta, o governo paulista "conseguiu manter o
abastecimento de água com base em medidas de incentivo e gestão".
A pasta diz que o documento mostra que "a Sabesp se insurgiu contra
proposta dos órgãos reguladores que pretendiam aumentar a disponibilidade de
água artificialmente, elevando o risco do sistema que abastece 20 milhões de
pessoas". (abril)
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