Agência reguladora do manancial quer a redução do volume de
água tirado do sistema.
No Cantareira, onde antes era água,
hoje virou pasto.
A Agência Nacional de Águas (ANA) cobrou do governo de São
Paulo um acordo que teria sido firmado em agosto para reduzir o volume de água
retirado do Sistema Cantareira para abastecer a Grande São Paulo a partir do
próximo dia 30. Em nota, o órgão gestor do manancial ainda acusa a Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) de adiar sucessivamente
a entrega de um plano de operação do sistema até abril de 2015.
No dia 29 de agosto, a ANA divulgou que havia um acordo com
o governo Geraldo Alckmin (PSDB) para reduzir a vazão de retirada de água do
Cantareira para a Grande São Paulo para 18,1 mil litros por segundo a partir do
dia 30 de setembro, e para 17,1 mil litros por segundo a partir de 31 de
outubro. Neste mês, a Sabesp tem retirado dos reservatórios uma média de 19 mil
litros por segundo. Antes da crise, a retirada era de 30 mil litros.
À época, o governo Alckmin negou que existisse acordo.
Ontem, porém, a ANA afirmou que o acerto foi feito pessoalmente entre o
presidente da agência, Vicente Andreu, e o secretário paulista de Saneamento e
Recursos Hídricos, Mauro Arce. Segundo o órgão federal, "esta
indefinição" e o "sucessivo adiamento" do plano de operação da
Sabesp "dificultarão o necessário ajuste entre as disponibilidades e
demandas por água nas regiões atendidas por este sistema".
Arce repetiu que não há acordo.
— Não houve fechamento (de acordo). Tratamos de ideias. Não
foi uma coisa final para ser colada no site. Ainda estamos discutindo.
O secretário reclamou de uma suposta demora da ANA para
reduzir a vazão do Rio Paraíba do Sul, que também sofre com a seca, para o Rio
de Janeiro.
Em meio à polêmica, as prefeituras e indústrias da região de
Campinas pediram ao comitê da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
(PCJ) que aumente de 4 para 5 mil litros por segundo a vazão do Cantareira para
a região. A proposta ainda será analisada. O volume de água que chega ao sistema
continua abaixo da mínima histórica neste mês. (r7)
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