sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Governo federal acusa SP de adiar plano do Cantareira

Agência reguladora do manancial quer a redução do volume de água tirado do sistema.
No Cantareira, onde antes era água, hoje virou pasto.
A Agência Nacional de Águas (ANA) cobrou do governo de São Paulo um acordo que teria sido firmado em agosto para reduzir o volume de água retirado do Sistema Cantareira para abastecer a Grande São Paulo a partir do próximo dia 30. Em nota, o órgão gestor do manancial ainda acusa a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) de adiar sucessivamente a entrega de um plano de operação do sistema até abril de 2015.
No dia 29 de agosto, a ANA divulgou que havia um acordo com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) para reduzir a vazão de retirada de água do Cantareira para a Grande São Paulo para 18,1 mil litros por segundo a partir do dia 30 de setembro, e para 17,1 mil litros por segundo a partir de 31 de outubro. Neste mês, a Sabesp tem retirado dos reservatórios uma média de 19 mil litros por segundo. Antes da crise, a retirada era de 30 mil litros.
À época, o governo Alckmin negou que existisse acordo. Ontem, porém, a ANA afirmou que o acerto foi feito pessoalmente entre o presidente da agência, Vicente Andreu, e o secretário paulista de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce. Segundo o órgão federal, "esta indefinição" e o "sucessivo adiamento" do plano de operação da Sabesp "dificultarão o necessário ajuste entre as disponibilidades e demandas por água nas regiões atendidas por este sistema".
Arce repetiu que não há acordo.
— Não houve fechamento (de acordo). Tratamos de ideias. Não foi uma coisa final para ser colada no site. Ainda estamos discutindo.
O secretário reclamou de uma suposta demora da ANA para reduzir a vazão do Rio Paraíba do Sul, que também sofre com a seca, para o Rio de Janeiro.
Em meio à polêmica, as prefeituras e indústrias da região de Campinas pediram ao comitê da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) que aumente de 4 para 5 mil litros por segundo a vazão do Cantareira para a região. A proposta ainda será analisada. O volume de água que chega ao sistema continua abaixo da mínima histórica neste mês. (r7)

Nenhum comentário:

Degradação florestal na Amazônia afeta área três vezes maior que desmatamento

Entre março de 2023 e de 2024, INPE detectou aviso de degradação para 20,4 mil km², maior que os 18 mil km² do período anterior. É necessári...