Ainda que chova bem
acima do esperado, a superfície seca e exposta do Cantareira terá maior
dificuldade em reter a água.
Ministério Público
pede que Justiça limite uso do volume morto
Sem chuva, o sistema Cantareira registrou nova queda histórica e operou
em 08/10/14 com apenas 5,5% de sua capacidade. O índice é o mais crítico já
registrado pela Sabesp.
A Folha de S. Paulo mostrou que, apesar das previsões de que os próximos
meses deverão ter chuvas dentro da média em São Paulo, isso não garante que o
Cantareira volte a ter níveis confortáveis de reserva de água até abril,
segundo especialistas.
Ainda que chova bem acima do esperado, a superfície seca e exposta do
Cantareira terá maior dificuldade em reter a água. Em 07/10/14 um dia após
a divulgação de uma ação civil pública para restringir a retirada de água do
Cantareira, a Sabesp disse que pretende reduzir a captação.
"Quanto maior a redução, maior a capacidade de recuperação do
sistema com as chuvas que se avizinham", afirmou o superintendente de
Produção de Água da empresa, Marco Antonio Lopez Barros, à rádio CBN.
Não há, segundo a Sabesp, uma definição do quanto seria essa diminuição
nem se ela traria impactos no abastecimento da população.
Lopez disse que a empresa trabalha para "melhorar o número"
proposto em um estudo inicial encaminhado à agência federal de águas (ANA) e ao
departamento estadual responsável (DAEE) para que liberem o uso da segunda cota
do "volume morto" do sistema -reserva que está abaixo do ponto de
captação.
A direção da ANA classificou esse projeto inicial como "muito
fraco". A própria Sabesp havia previsto enviar aos órgãos um novo
plano até 06/10, um dia após o primeiro turno das eleições, no qual o
governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi reeleito. Até a noite de terça, a
companhia ainda não havia apresentado o projeto.
A Folha de S. Paulo solicitou entrevista com Lopez. Segundo a Sabesp,
isso não foi possível.
Em nota, a empresa disse que a redução informada pelo superintendente é
"uma das hipóteses" e que ela "não seria de imediato".
Ação
A ação ajuizada pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério
Público Estadual pretende, além de reduzir a captação, impedir a retirada
integral da segunda cota do "volume morto". Ele pede ainda à Justiça
Federal que exija da Sabesp metas para recuperação do Cantareira.
O superintendente afirmou ser hoje "remota" a possibilidade de
retirada dessa última reserva. "Temos água suficiente para que possamos
passar um bom período." Lopez também falou que pode haver retiradas
menores. "A necessidade da aprovação do uso [por ANA E DAEE] é mais para
que a gente possa ter uma garantia diante de cenários mais críticos." (otempo)

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