CPI quer saber que é o superior que barrou alertas da Sabesp.
Vereadores também querem que MPE investigue Dilma Pena; em
gravação ela diz que recebeu ordens para não informar sobre crise.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) na Câmara
Municipal vai pedir que a presidente da companhia, Dilma Pena, revele quem foi
o superior que a orientou a não informar à população sobre a crise hídrica. Ela
também será ouvida pelo Ministério Público Estadual (MPE) no inquérito que
investiga a responsabilidade do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na seca dos
reservatórios.
Na Câmara, os vereadores aprovaram em 29/10, um requerimento
endereçado à presidente da Sabesp. Os parlamentares pedem explicações sobre os
áudios da reunião da Sabesp que vazaram na sexta-feira passada. Na gravação,
Dilma afirma que “superiores” barraram ações na mídia para estimular a economia
de água.
“Queremos saber quem a orientou a não fazer o que ela
deveria ter feito. Ela não é subordinada a ninguém além do interesse público. É
essa norma que ela tem de seguir”, afirmou o vereador Laércio Benko, presidente
da CPI.
Em 24/10/14 foram divulgados áudios de uma reunião entre
Dilma Pena e o diretor metropolitano da companhia, Paulo Massato, com outros
membros da cúpula da Sabesp.
Dilma foi ouvida pela comissão no dia 8 e disse que todas as
decisões tomadas pela Sabesp tinham sido técnicas. Benko entende que a gravação
diz o contrário e que as escolhas têm sido políticas. Caso fique comprovado que
ela prestou um falso testemunho na CPI, os vereadores podem pedir que Dilma
seja denunciada pelo MPE pelo crime de falso testemunho.
O gabinete do vereador Nelo Rodolfo (PMDB), relator da
comissão, vai pedir que os promotores investiguem a presidente da Sabesp por
improbidade administrativa e prevaricação.
Procurada, a assessoria de imprensa da Sabesp respondeu com
a mesma nota sobre o vazamentos da gravação, afirmando que o áudio diz respeito
a uma reunião com o objetivo de atualizar as equipes sobre a crise e ampliar as
ações “operacionais e de comunicação para o uso racional da água”.
A companhia voltou a repetir que o áudio “foi extraído de
forma distorcida”.
Mais pressão
Na semana passada, os deputados estaduais de oposição da
Assembleia Legislativa já tinham feito o mesmo pedido ao MPE, após o vazamento
dos áudios. O PSOL e o PT solicitam que Alckmin seja investigado na crise
hídrica.
Agora, a Comissão de Infraestrutura da Assembleia
Legislativa - que é permanente - também quer levar a presidente da companhia
para prestar esclarecimentos sobre os áudios. “Esperamos que o governo do
Estado tenha mais transparência. Há muitas dúvidas e informações contraditórias
no trato com a água tão importante”, disse Alencar Braga (PT), presidente da
comissão. (OESP)
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