Mudanças climáticas podem aumentar em 50% ocorrência de
raios até o fim do século
Os raios podem
iniciar incêndios florestais e até matar, uma ameaça que corre o risco de
aumentar com as mudanças climáticas que, segundo cientistas, farão crescer a
ocorrência de relâmpagos em 50% até o fim do século.
O estudo de
cientistas americanos, publicado na revista científica americana Science, se
baseia em medições de precipitação e flutuabilidade das nuvens, aplicadas a 11
diferentes modelos climáticos que estimam quão quente o planeta poderá ficar em
2100.
“Com o aquecimento,
as tempestades elétricas ficarão mais explosivas”, afirmou o climatologista
David Romps, da Universidade da Califórnia, em Berkeley.
“O aquecimento
aumenta a concentração de vapor d’água na atmosfera e, se você tem mais
combustível em volta, quando a ignição ocorre, pode ser das grandes”, comparou.
Estimativas
anteriores de como os relâmpagos seriam afetados pelo aumento das temperaturas
usaram técnicas indiretas, sem ligação direta com as precipitações.
O resultado foi uma
faixa variando de 5% a 100% mais raios para cada grau Celsius de elevação.
O estudo atual se
baseou na energia disponível para fazer subir o ar na atmosfera, combinada com
as taxas de precipitação.
A energia potencial
disponível para convecção (ou CAPE) é medida por radiossondas, instrumentos
colocados a bordo de balões meteorológicos.
“A CAPE é uma medida
de quão potencialmente explosiva está a atmosfera”, explicou Romps.
“Nós achamos que o
produto da precipitação e a CAPE ajudariam a prever (a ocorrência de) raios”,
continuou.
Usando dados do
Serviço Meteorológico dos Estados Unidos, os cientistas descobriram que é
possível prever 77% da incidência da descarga elétrica conhecendo as taxas de
precipitação e CAPE.
Quando os parâmetros
foram aplicados nos modelos climáticos, os cientistas descobriram que cada grau
Celsius a mais na média global da temperatura do ar pode representar cerca de
12% mais quedas de raios.
Se as temperaturas
aumentarem 4°C até o fim do século, isto representaria um aumento de quase 50%
na queda de raios.
A ocorrência de raios
em todo o mundo hoje é de 25 milhões ao ano.
Mais raios devem
aumentar os riscos para as pessoas – que são feridas ou até mesmo mortas quando
atingidas – e ter um efeito devastador em florestas e espécies animais e
vegetais, pois uma maior ocorrência de raios poderia provocar mais incêndios em
áreas de mata seca, matando aves e outras criaturas silvestres, bem como
ameaçando as pessoas que vivem perto. (ecodebate)
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