Para compreensão e entendimento da formação e
equilíbrio dos solos, além da profunda e íntima relação com o clima, é preciso
entender as interações com o relevo e a influência dos parâmetros hidrológicos
no balanço hídrico.
Por balanço hídrico se compreende o conjunto
de fenômenos posteriores às precipitações pluviométricas (chuvas). A água que
chove sobre uma bacia hidrográfica tem 3 caminhos básicos: o primeiro é sofrer
infiltração nos terrenos, que depende do relevo e das taxas de infiltração dos
materiais constituintes dos solos (materiais arenosos tem elevada
permeabilidade e materiais com predomínio de argilas tem baixa permeabilidade).
A primeira alternativa do caminho das águas é
sofrer “run off”, expressão que significa escoamento superficial. Quanto maior
for a declividade dos terrenos, maior é o escoamento superficial, menores as
infiltrações, menor a recarga de aquíferos subterrâneos e menor a formação de
solos. Aquíferos são depósitos de águas subterrâneas, são o contrário de
aquífugos, que são solos ou rochas que permitem a fuga de água.
A infiltração que é o segundo dos caminhos da
água, sendo facilitada e ocorrendo em terrenos planos ou com baixas
declividades do terreno, que não estimulam o escoamento superficial.
A terceira e última alternativa da água é
passar pelo processo de evapotranspiração, ou seja evaporação superficial,
elevada nas áreas de climas quentes. O balanço hídrico é a quantidade de água
disponível pela ação das chuvas, menos as águas que infiltram nos terrenos,
subtraídas também as águas que sofrem evapotranspiração.
A água disponível para os sistemas de drenagem
superficial (rios) é o material proveniente da chuva que sofre escoamento
superficial. As taxas maiores ou menores de infiltração, dependem da quantidade
de chuvas e do relevo local, influenciando a maior ou menor formação de solos.
Quanto mais infiltração de água, maior a formação de solos.
O solo é um recurso natural responsável pela
sustentação da flora e da fauna e pelas interações com a agricultura e a
pecuária. Armazena água, dá suporte para as obras de infraestrutura e
edificações. Sem que suas características naturais sejam alteradas, funciona
como filtro mecânico para a purificação das águas freáticas (das chuvas) e
filtra as águas que vão se depositar em rochas mais profundas.
O manejo agrícola inadequado produz erosão nos
solos, processo que é responsável pelo assoreamento dos rios, aumentando as
condições para ocorrência de enchentes e alagamentos.
A disposição inadequada de resíduos perigosos
ou não-inertes (lixo doméstico) nos solos, propicia uma ampla degradação
progressiva dos ecossistemas afetados.
Os solos estão presentes em todas as
atividades humanas, dependem fundamentalmente do balanço hídrico em sua
formação e equilíbrio. O uso racional dos solos, em condições economicamente
viáveis e ambientalmente sustentáveis exige conhecimento prévio de suas
características e limitações.
Todo estudo do meio físico necessita
detalhamento das características, aptidões e limitações do meio considerado,
sua distribuição geográfica e ocorrência. Assim como cada pessoa pode carregar
um peso de acordo com sua capacidade, temos que definir os usos e ocupações do
meio físico por suas capacidades. Isto é ser ambientalmente sustentável.
No campo, a identificação dos tipos de solos,
é feita pela observação dos perfis de solos em um talude ou corte de terreno. O
entendimento do perfil é a primeira fase na identificação e interpretação das
características dos solos, para fins de recomendação dos usos e manejos
adequados. (ecodebate)
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