Iniciativas ajudam, mas
não atingem todos os produtores rurais.
Agricultores estão
procurando auxílio em programas estaduais e federais. Há desde projetos que
ensinam formas produtivas mais sustentáveis – como irrigação eficiente e
reflorestamento de margens de rios – até planos de socorro ao campo para
financiar perfuração de poços. O objetivo é proporcionar o maior aproveitamento
possível da água disponível, por menor que seja a quantidade. “As ações ajudam,
mas ainda são incipientes”, diz Nelson Ananias Filho, da Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil (CNA).
Alguns programas são
emergenciais. No Rio, por exemplo, onde morreram 2 mil cabeças de gado nos
últimos quatro meses, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) lançou no início
do mês o programa Rio Rural Emergencial, que vai disponibilizar R$ 23 milhões e
ainda contará com R$ 30 milhões do Banco Mundial. As medidas de socorro
previstas incluem a implantação de sistema de nutrição para os rebanhos, que
sofrem com a falta de pasto; recuperação de açudes e barragens; e a perfuração
de poços artesianos. Serão beneficiados 13 mil pequenos produtores. Os
municípios das regiões Norte e Noroeste do Rio também receberão auxílio.
Para conter as perdas
da lavoura do café no Espírito Santo, que deve chegar a 30%, o Ministério
Público definiu Termos de Ajustes de Conduta (TAC). “A palavra de ordem dada
pelo governador Paulo Hartung é acompanhar a situação de cada município e dar
apoio incondicional às prefeituras”, disse o secretário estadual de
Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Octaciano Neto.
Desenvolvido pela
Agência Nacional de Águas (ANA), o Produtor de Água é mais abrangente. Apoia e
orienta projetos de redução das erosões e assoreamento de mananciais rurais em
qualquer Estado. Trata-se de um estímulo à política de Pagamentos por Serviços
Ambientais (PSA), que prevê a remuneração aos donos da terra com base nos
benefícios gerados nas propriedades. Na mesma linha, o programa Conservador das
Águas, implantado em Extrema (MG) – e premiado pelo Programa das Nações Unidas
para Assentamentos Humanos (ONU/Habitat) –, já deu resultados: reflorestou 700
afluentes do Rio Jaguari. Isso possibilitou que continuassem a drenar água para
o manancial que alimenta o Sistema Cantareira, principal reservatório que
abastece a região metropolitana da capital paulista.
Em São Paulo, o Pacto
pela Água visa aumentar a conscientização e a tomada de providências para
atenuar a crise hídrica. “Foram adotados mecanismos eficientes de irrigação,
como o gotejamento, que economiza e direciona a água para a raiz da planta”,
diz Fábio Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do
Estado de São Paulo (FAESP). O sistema aumenta em 95% o aproveitamento da água.
O desperdício é mínimo.
“Faltam políticas
públicas efetivas. Não há incentivo para medidas como coleta de água da chuva.”
(OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário