domingo, 1 de março de 2015

Governo lança programas para minimizar efeitos da seca

Iniciativas ajudam, mas não atingem todos os produtores rurais.
Agricultores estão procurando auxílio em programas estaduais e federais. Há desde projetos que ensinam formas produtivas mais sustentáveis – como irrigação eficiente e reflorestamento de margens de rios – até planos de socorro ao campo para financiar perfuração de poços. O objetivo é proporcionar o maior aproveitamento possível da água disponível, por menor que seja a quantidade. “As ações ajudam, mas ainda são incipientes”, diz Nelson Ananias Filho, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Alguns programas são emergenciais. No Rio, por exemplo, onde morreram 2 mil cabeças de gado nos últimos quatro meses, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) lançou no início do mês o programa Rio Rural Emergencial, que vai disponibilizar R$ 23 milhões e ainda contará com R$ 30 milhões do Banco Mundial. As medidas de socorro previstas incluem a implantação de sistema de nutrição para os rebanhos, que sofrem com a falta de pasto; recuperação de açudes e barragens; e a perfuração de poços artesianos. Serão beneficiados 13 mil pequenos produtores. Os municípios das regiões Norte e Noroeste do Rio também receberão auxílio.
Para conter as perdas da lavoura do café no Espírito Santo, que deve chegar a 30%, o Ministério Público definiu Termos de Ajustes de Conduta (TAC). “A palavra de ordem dada pelo governador Paulo Hartung é acompanhar a situação de cada município e dar apoio incondicional às prefeituras”, disse o secretário estadual de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Octaciano Neto.
Desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA), o Produtor de Água é mais abrangente. Apoia e orienta projetos de redução das erosões e assoreamento de mananciais rurais em qualquer Estado. Trata-se de um estímulo à política de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), que prevê a remuneração aos donos da terra com base nos benefícios gerados nas propriedades. Na mesma linha, o programa Conservador das Águas, implantado em Extrema (MG) – e premiado pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU/Habitat) –, já deu resultados: reflorestou 700 afluentes do Rio Jaguari. Isso possibilitou que continuassem a drenar água para o manancial que alimenta o Sistema Cantareira, principal reservatório que abastece a região metropolitana da capital paulista.
Em São Paulo, o Pacto pela Água visa aumentar a conscientização e a tomada de providências para atenuar a crise hídrica. “Foram adotados mecanismos eficientes de irrigação, como o gotejamento, que economiza e direciona a água para a raiz da planta”, diz Fábio Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP). O sistema aumenta em 95% o aproveitamento da água. O desperdício é mínimo.
“Faltam políticas públicas efetivas. Não há incentivo para medidas como coleta de água da chuva.” (OESP)

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