Com fim de obra na Represa
Billings, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o DAEE querem reduzir a retirada
de água do sistema em 26%.
Com
o objetivo de evitar o colapso do Sistema Cantareira, sem colocar em xeque o
abastecimento de água, os órgãos reguladores do manancial querem aumentar em
40% o volume máximo liberado para as cidades do interior, em junho, e reduzir
em 26% o limite de retirada para a Grande São Paulo, a partir de setembro,
quando a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) promete
concluir a obra que vai ampliar a captação da Billings para diminuir a
dependência do Cantareira.
A proposta conjunta da
Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e do Departamento de Águas
e Energia Elétrica (DAEE), da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), para a operação do
sistema entre os meses de junho a novembro será definida na próxima
segunda-feira em reunião com a Sabesp e com os Comitês das Bacias Hidrográficas
do Alto Tietê e dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), em Campinas.
Proposta
Objetivo
é manter limite de exploração do manancial nos atuais 13,5 mil litros por
segundo até o fim de agosto.
O objetivo é manter o limite
de exploração do manancial pela Sabesp nos atuais 13,5 mil litros por segundo
até o fim de agosto, para que a estatal termine a obra de transposição de 4 mil
l/s do Sistema Rio Grande, braço limpo da Billings, para o Sistema Alto Tietê,
que deve avançar mais sobre bairros atendidos pelo Cantareira. A proposta
atende ao cronograma de ações emergenciais da Sabesp. A interligação dos dois
sistemas está três meses atrasada.
Segundo a companhia, uma nova
redução na retirada de água do Sistema Cantareira, imposta pela ANA e pelo
DAEE, antes da conclusão da obra, poderia levar à implementação de um rodízio
“drástico” de 5 dias sem água e 2 com na região atualmente coberta pelo
manancial. Antes da crise hídrica, a Sabesp captava 31,9 mil l/s do sistema
para abastecer 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Hoje, a vazão é de
13,4 mil l/s para uma demanda de 5,4 milhões de moradores.
De acordo com a proposta, a
retirada de água do Cantareira pela Sabesp ficaria limitada a 10 mil l/s até o
fim de novembro, quando será possível avaliar o cenário hidrológico da próxima
estação chuvosa, que terá início em outubro. Com isso, o Cantareira, que desde
a inauguração, em 1974, era o maior sistema produtor de água da região
metropolitana, passará a ser só a terceira fonte de abastecimento de água,
atrás do Alto Tietê. Em fevereiro deste ano, ele já havia sido ultrapassado
pelo Guarapiranga.
Medida deve ser tomada quando a Sabesp concluir a obra que vai ampliar a captação da Billings para diminuir a dependência do Cantareira.
Medida deve ser tomada quando a Sabesp concluir a obra que vai ampliar a captação da Billings para diminuir a dependência do Cantareira.
Interior
Já a vazão máxima liberada
das represas que formam o sistema para os rios que abastecem cerca de 5,5
milhões de pessoas na região de Campinas deve subir 40% a partir do próximo
mês, de 2,5 mil para 3,5 mil l/s. A regra para o interior também valerá até o
fim de novembro e atende ao pedido de prefeitos e empresários da bacia do PCJ,
uma região que praticamente não tem reservatórios e depende exclusivamente da
vazão dos rios, que nesta época costuma despencar.
Neste mês, a vazão média
liberada do Cantareira para o interior tem sido de 1,6 mil litros por segundo.
Caso seja necessário chegar ao limite de 3,5 mil l/s, a retirada total de água
do sistema (Grande São Paulo e interior) vai aumentar em pleno período mais
seco, acelerando a queda no nível de armazenamento do sistema.
Em 22/05 o Cantareira ficou
estável em 19,7% da capacidade, segundo cálculo da Sabesp que considera as duas
cotas do volume morto das represas. Na prática, porém, o sistema opera com
índice de - 9,6%, abaixo do nível mínimo operacional e dentro da primeira
parcela da reserva profunda, cuja exploração completou um ano, ao custo de R$
120 milhões.
Segundo relatório divulgado
nesta semana pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (Cemaden), o nível do Cantareira pode cair até 5,7% no início de
dezembro, se as chuvas ficarem 50% abaixo da média, como aconteceu em abril, e
o volume de retirada for mantido no padrão atual. A Sabesp diz estar preparada
para um cenário até 20% pior do que o registrado no ano passado, o mais seco em
84 anos de medições. Para isso, a companhia considera ainda uma terceira cota
do volume morto do Cantareira, de 41 bilhões de litros, que poderá ser retirada
por bombeamento. A meta da empresa, contudo, é não usá-la. Por isso, desde o
início deste ano, intensificou o racionamento de água, por meio da redução da
pressão e do fechamento manual da rede.
De acordo com a proposta, a
retirada de água pela Sabesp ficaria limitada a 10 mil l/s.
Órgãos reguladores do manancial querem aumentar em 40% o volume máximo liberado para as cidades do interior e reduzir em 26% o limite de retirada para a Grande São Paulo
Órgãos reguladores do manancial querem aumentar em 40% o volume máximo liberado para as cidades do interior e reduzir em 26% o limite de retirada para a Grande São Paulo
Déficit
94,5 bilhões de litros foram
retirados do volume morto do Sistema Cantareira pela Sabesp desde maio/14 e
ainda não foram recuperados. A tendência é de que a reserva caia nos próximos
meses com a baixa no volume de chuvas e aumento de vazão para o interior
paulista. (OESP)



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