Nas
últimas décadas, os avisos da natureza começaram a apontar uma maior
necessidade da sociedade em dar atenção a questões relacionadas às mudanças
climáticas no planeta. Com este pano de fundo, as Nações Unidas organizam uma
reunião anual com as principais autoridades governamentais de diversos países
para discutir sobre como devemos lidar com as mudanças climáticas, que
apresentam consequências aparentemente cada vez mais drásticas, tais como secas
prolongadas, tempestades, derretimento dos polos e aumento do nível dos
oceanos.
A
próxima Conference of the Parties (COP), em sua 21ª edição, marcada para
acontecer entre 30 de novembro até o dia 11 de dezembro deste ano, em Paris,
será uma das mais importantes já realizadas. As chances de sucesso agora são
mais altas, já que todos os países signatários da ‘Convenção – Quadro das
Nações Unidas sobre Mudanças do Clima’ (United Nations Framework Convention on
Climate Change – UNFCCC) antecipadamente concordaram em assinar um tratado
vinculante até 2015, para reduzir suas emissões de gases causadores de efeito
estufa.
O
que favorece essa convicção positiva são os novos posicionamentos do mercado
quanto ao tema. Uma delas foi a modificação nos cenários políticos dos dois
maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo, Estados Unidos e China,
os quais flexibilizaram as negociações e no ano passado anunciaram que irão
cortar suas emissões de gases até 2025 e 2030, respectivamente. Além disso,
houve uma drástica redução nos custos das tecnologias capazes de diminuir tais
emissões ao meio ambiente, isso em razão do aumento de projetos de energia
renováveis disponíveis e pela maior facilidade em financiar a aquisição desses
recursos – como é o caso dos títulos verdes (green bonds) e do financiamento
coletivo (crowdfunding).
A
grande questão, aqui, é de que maneira os novos comprometimentos, com os quais
as nações estão dispondo-se no decorrer dos próximos anos, afetarão as empresas
e a economia. Há previsão de que as atividades intensivas na emissão de carbono
(como, por exemplo, as que geram energia a partir da queima de derivados de
petróleo) se tornarão mais caras e as organizações terão de lidar com
regulamentações mais rigorosas, preços de carbono menos acessíveis e metas de
corte de emissões de gases mais rígidas.
Contudo,
os efeitos da mudança do clima obrigarão as empresas a estabelecerem um plano
de resiliência para lidar e adaptar as atividades em detrimento dos impactos,
como escassez de água, clima extremo, migrações populacionais e instabilidade
social. Na contramão disso, no entanto, vantagens surgirão, como, obviamente, a
de tornar-se uma empresa de emissões reduzidas de poluentes; e oportunidades
também estarão em vista, criadas pelo crescimento da economia sustentável
embasada em energias renováveis.
Apesar
de rigorosas consequências que já afetam o meio ambiente, medidas urgentes são
necessárias para lidar agora com essa questão, e os governos em todo o mundo,
com o auxílio das empresas e da sociedade civil, precisarão trabalhar para
dissociar as emissões de gases de efeito estufa do crescimento econômico e
direcionar o mundo para uma economia de baixo carbono.
Nesse
sentido, o caminho para uma atividade perene e sustentável é que as
organizações e seus administradores apliquem tempo e experiência para o
aprimoramento no desenvolvimento ambiental e social das empresas; isso inclui
tornar permanente a mensuração e a redução das emissões de carbono, bem como a
preparação e divulgação de informações transparentes e confiáveis sobre tais
emissões, apresentando à sociedade e ao mercado a contribuição da empresa na
minimização dos efeitos das mudanças climáticas. (ecodebate)
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