2015
foi um ano conturbado para o meio ambiente com desastres como o da barragem em
Mariana (MG), mas também com esperanças, por conta da assinatura do Protocolo
de Paris que definiu o novo acordo global. Mas e por que isso é importante?
Porque é preciso que todas as nações se unam para evitar o aumento da
temperatura na Terra e suas consequências. E que consequências são essas?
Confira abaixo cinco evidências que o gerente de estratégias de conservação da
Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, André Ferretti, elencou
comprovando que as mudanças climáticas e seus efeitos já chegaram.
1.
Aumento da temperatura
De
acordo com a ONU, 2015 foi o ano mais quente da história, por conta do
aquecimento global, que já se sabe, é causado pelo homem. No Brasil, as altas
temperaturas foram sentidas durante todo o ano. A cidade do Rio de Janeiro
registrou neste ano 43,2ºC, com sensação térmica de 47ºC, segundo o Instituto
Nacional de Meteorologia. A temperatura é a mais alta desde 1915, quando teve
início a medição. Outras capitais também tiveram recordes como Brasília (DF)
que registrou a segunda maior temperatura da história, com 35,1ºC, Manaus (AM),
que atingiu 38,6ºC, maior registro desde 1925 e Belém (PA), que atingiu 38ºC,
recorde de calor desde que se iniciaram as medições em 1897.
2.
Falta de Água
A
crise da água no Sudeste não é mais novidade. Desde 2014 a queda na quantidade
de chuvas já é realidade. Porém, a ação do homem na degradação da vegetação
nativa no entorno dos rios e reservatórios, além da falta de investimento,
contribuiu para potencializar a crise hídrica. Da mesma forma, essa redução das
áreas naturais contribui para as alterações do clima, pois as vegetações
nativas possuem papel fundamental na regulação do microclima, além de, quando
são desmatadas, emitirem gases de efeito estufa. Apesar da redução do interesse
desse assunto na mídia, os níveis nos reservatórios paulistas continuam
alarmantes. De acordo com a companhia de água de São Paulo (Sabesp), o Sistema
Cantareira, um dos mais importantes do estado, continua com nível de cerca de
-10%, isto é, ainda utilizando o chamado volume morto.
3.
Enchentes
Se
alguns estados sofrem com a escassez de água, o Sul do país foi atingido por
chuvas devastadoras que causaram enchentes nos três estados. No Rio Grande do
Sul, o rio Guaíba, que corta a capital gaúcha atingiu números alarmantes no ano
passado, chegando a 2,80 metros, alagando diversos pontos da cidade. Em Santa
Catarina, as perdas por conta das enchentes ultrapassaram os R$500 milhões, de
acordo com a Defesa Civil. O Paraná registrou algo raro em 2015: vários
tornados foram visualizados na cidade de Marechal Cândido Rondon, neste mês de
novembro, quando os ventos chegaram a 115 km/h. Com grande destruição, o
prefeito da cidade decretou situação de emergência. Os eventos climáticos
extremos são consequência direta das mudanças climáticas.
4.
Desertificação
A
falta de água que causa tantos transtornos para as pessoas também tem
consequências enormes para a natureza. Com a alteração do clima e a redução na
quantidade de chuva, o Brasil ampliou as regiões atingidas pela seca. No final
de outubro deste ano, dados de satélite da Agência Espacial Norte Americana
(NASA) mostraram que o Sudeste perdeu 56 trilhões de litros de água, na pior seca
das últimas décadas na região. O Nordeste também perdeu 49 trilhões de litros.
A falta de água no solo causa um processo chamado desertificação, no qual o
ambiente vai se modificando até transformar-se em uma paisagem árida ou de um
deserto propriamente dito.
5.
Extinção de espécies
Com
essas mudanças na temperatura e ciclos de chuvas alterados, a biodiversidade
mundial e brasileira sofre cada vez mais. Segundo estudo publicado na revista
Science, uma em cada seis espécies pode ser extinta por conta das mudanças
climáticas, sendo que as regiões que devem sofrer mais são América do Sul,
Austrália e Nova Zelândia. Aqui no Brasil, especialistas calculam que metade
das espécies de plantas da Amazônia pode desaparecer até 2050. Segundo eles,
essa redução no número de árvores, emite gases de efeito estufa, o que, por sua
vez, alimenta as alterações do clima. É um ciclo vicioso. (ecodebate)
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