sábado, 13 de agosto de 2016

Caminhos da Sustentabilidade pelas concepções de Miller e Tyler

Caminhos para a Sustentabilidade a partir das concepções de Miller e Tyler
No capítulo “Problemas ambientais, suas causas e a Sustentabilidade”, do livro Ciência Ambiental, Miller e Tyler, para explicarem os déficits ambientais, suas causas geradoras e caminhos para se atingir a Sustentabilidade, por meio de um Estudo de Caso, discorrem sobre a Era Exponencial na qual o sistema mundo vive.
Segundo os referidos autores, o crescimento exponencial é enganoso, pois começa devagar, mas, após duplicar apenas algumas vezes, aumenta para números gigantescos, pois cada duplicação é maior do que o total de todo o crescimento anterior.
Eles afirmam que entre os anos de 1950 e 2005, o número de habitantes do planeta cresceu de 2,5 bilhões para 6,5 bilhões e que se o crescimento populacional seguir essa linha, a Terra, até o fim deste século, alcançará entre 8 e 10 bilhões de pessoas. Que o mundo divide-se entre os que têm e os que não têm e que, apesar do crescimento econômico ter se multiplicado por 8 entre os anos de 1950 e 2005, praticamente, um em cada dois trabalhadores tenta sobreviver com renda inferior a 2 dólares dia. Para prosseguirem a discussão, os autores pontuam que essa pobreza afeta a qualidade ambiental, pois para sobreviverem, muitos pobres exaurem e degradam as florestas, os campos, os solos e a vida selvagem.
Analisando-se o que afirmam Miller e Tyler, anteriormente, é oportuno colocar que essa situação de degradação deve ser atacada na base, nas causas geradoras da febre ambiental, pois a pobreza é fruto de anos de exploração pelos donos do capital que interferem nos sistemas de produção, educação, de crenças, ou seja, nos aportes culturais produtivos das sociedades. Mais importante que visualizar a degradação provocada pela pobreza, é analisar como os ricos destroem o planeta e provocam as injustiças sociais.
O fato é que, conforme apresentam Miller e Tyler, biólogos estimam que as atividades humanas provoquem a extinção prematura das espécies terrestres, à taxa exponencial de 0,1% a 1,0% ao ano, uma perda irreversível da grande variedade de formas de vida, ou biodiversidade da Terra. Em diversas partes do mundo, florestas, campos, áreas úmidas, recifes de corais e superfície do solo de plantações continuam a desaparecer ou são degradas conforme a pegada ecológica humana se espalha exponencialmente por todo o globo.
Ainda, conforme pontuam os dois pesquisadores, o crescimento exponencial gera preocupações, pois, com ele, há o risco de que o referido crescimento com atividades ligadas à queima de combustíveis fósseis e desmatamento de áreas florestais naturais mude a climatologia da Terra neste e nos próximos séculos.
Para os dois autores que dão sustentação à discussão que se faz aqui, há soluções que poderiam ser implantadas para práticas sustentáveis nas relações de produção na Terra.
No tocante às soluções que podem ser implantadas, à luz da complexidade do século XXI, acreditamos que já não é hora de pensar em ações simplistas, mas, no capítulo em baila, realmente, os autores apresentam alternativas viáveis para sanar alguns déficits ambientais provocados a partir dessa arquitetura insustentável na matriz de produção do mundo hodierno.
Abaixo, aparece a curva em J, que Miller e Tyler utilizam para explicar o crescimento exponencial.
O leitor, ao se deparar com as explicações dos dois autores sobre o crescimento exponencial como algo enganoso, tem a oportunidade de refletir sobre questões como:
# A vida e a economia do planeta dependem da energia do sol e dos recursos e serviços naturais da Terra;
# O mundo está ancorado em um modus operandi não sustentável de produção;
# Os principais vetores e causas dos déficits ambientais são: crescimento populacional, desperdício no uso de recursos, pobreza, não valorização do capital natural e ignorância em relação à forma como o planeta funciona;
# Há um período curto para a transição de uma lógica de produção insustentável para uma arquitetura sustentável de gerir os recursos da Mãe-Terra.
É possível viver de forma sustentável e, para tanto, mais que nunca, é preciso compreender que a sustentabilidade é a capacidade dos diversos sistemas da terra, incluindo as economias e sistemas culturais humanos, de sobreviverem e se adaptarem às condições ambientais em mudança.
Para Miller e Tyler, para se alcançar a sustentabilidade, faz-se necessário atingir as seguintes etapas:
1. Conservação do capital natural da Terra
2. Reconhecer que muitas atividades humanas degradam o capital natural
Para a compreensão dessas etapas, é importante saber quais são os caminhos e soluções para atingir a sustentabilidade e a figura abaixo, apresentada pelos autores na obra Ciência Ambiental, explica, de forma objetiva, o percurso.
Ademais, é necessário conhecer o que o capital natural proporciona à humanidade e a figura abaixo, apresentada pelos dois teóricos, dão conta de explicar o processo.
Segundo os autores, a sustentabilidade implica em dizer que a humanidade precisa sobreviver com a renda biológica sem exaurir ou degradar o capital natural que a fornece. Para eles, uma sociedade sustentável atende às necessidades básicas de recursos da sociedade, mas isso é feito sem degradar ou exaurir o capital natural fornecedor dos recursos.
(ecodebate)

Nenhum comentário:

Importância dos Territórios Indígenas na mitigação das mudanças climáticas

Em um estudo recente na PLOS ONE, pesquisadores de 6 países diferentes, examinaram a importância dos Territórios Indígenas na mitigação das ...