Previsão
climática do MCTIC estima que seca no semiárido nordestino deve se agravar até
maio.
Período
considerado chuvoso terá precipitações abaixo da média histórica do extremo
norte da Bahia até o leste do Piauí, piorando níveis dos reservatórios de água
da região. Além de comprometer o abastecimento de água para a população,
estiagem prejudica a atividade econômica do semiárido. Previsão também indica
cheia em rios da Amazônia.
Documento contempla
previsão de março a maio deste ano.
Com chuvas abaixo da média
histórica, a seca no semiárido deve se agravar até maio. A informação é do
Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Segundo documento divulgado, do
extremo norte da Bahia até o leste do Piauí, passando pelos estados de Sergipe,
Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, a previsão é de
poucas chuvas entre março e maio. A situação é ainda mais preocupante porque
este é o trimestre mais chuvoso na região semiárida.
“A
situação é muito complicada. Os níveis dos reservatórios já estão muito baixos,
e muitos estão com menos de 5% do volume total. Se chover como deveria, dentro
da média histórica, já seria um problema grave, especialmente nas cidades
grandes. Mas a situação meteorológica atual não indica que haverá melhora nos
próximos meses”, afirma o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro
Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José
Marengo.
De acordo com os cálculos do grupo de previsão
climática, seriam necessárias precipitações pelo menos 30% acima da normal
climatológica para melhorar a situação dos reservatórios. Além do consumo
humano, a agricultura e a pecuária da região também ficarão comprometidas pela
escassez de água.
“Isso
gera um impacto grande na atividade econômica do semiárido. Criadores de
animais e produtores rurais estão tendo muitas dificuldades para produzir sem
água, e isso vai piorando com o passar do tempo e da falta de chuvas”,
acrescenta Marengo.
Cheias
Na
região Norte, por outro lado, a previsão é de muita chuva no próximo trimestre,
com possibilidade de cheia nos principais rios da região amazônica. Três deles
– Negro, Tapajós e Amazonas – já estão com os níveis próximos às máximas
históricas. Segundo a previsão climática do MCTIC, o volume de água deve
continuar “em acentuada elevação”.
O
quadro representa uma grande mudança climática na região, especialmente no
Acre, que enfrentou uma intensa estiagem até o final de 2016. “O Acre tem sido
o estado-chave na questão de extremos. É o estado que tem reação mais rápida às
condições climáticas. O quadro se reverteu completamente em poucos meses”,
destaca José Marengo.
Participam do grupo de previsão climática do
MCTIC especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), além do Cemaden. (ecodebate)
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