Veja como ficarão cidades costeiras após o aumento do nível do mar
Rio
de Janeiro após aumento de 4ºC na temperatura global.
Investigadores norte-americanos consideraram que o
efeito das alterações climáticas pode levar ao desaparecimento, a longo prazo,
de grandes cidades como Xangai, Bombaim e Hong Kong, mesmo se o aquecimento
global for limitado a 2°C.
O estudo do instituto Climate Central, divulgado 3
semanas antes da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21), indica que
com mais 2ºC, o nível da água do mar continuará a subir e pode encobrir territórios
onde vivem atualmente 280 milhões de pessoas.
Se o aumento na temperatura for de 4ºC, o
fenômeno vai ameaçar 600 milhões de habitantes. “Um aquecimento de 2ºC
representa uma ameaça à existência, em longo prazo, muitas grandes cidades e
regiões costeiras”, disse Ben Strauss, um dos autores do estudo.
Londres
após aumento de 4ºC na temperatura global.
Mas as medidas tomadas para reduzir rápida e
drasticamente as emissões de gases de efeito de estufa, que alteram o clima,
podem fazer a diferença: “Ainda temos diante de nós um amplo leque de
escolhas”, acrescentou o pesquisador.
Se as emissões de gases de efeito de estufa
continuarem a aumentar, levando a um aquecimento de 4ºC, o nível das águas
subirá, em média, 8,9 metros, mostra o estudo.
Com um aquecimento de 3ºC, o
nível da água do mar subirá 6,4 metros, cobrindo áreas com mais de 400 milhões
de habitantes.
Com 2ºC, o mar subiria 4,7 metros e duas vezes menos
pessoas seriam afetadas. Com uma elevação de 1,5°C na temperatura – objetivo
exigido pelas nações mais vulneráveis como os pequenos Estados insulares, as
águas subiriam 2,9 metros e a população afetada ficaria em torno de 137 milhões
de pessoas.
Xangai
após aumento de 4ºC na temperatura global.
A China será o país mais afetado: com 4ºC, a subida
das águas afetará uma área onde vivem atualmente 145 milhões de pessoas, de
acordo com este estudo que não avalia a evolução demográfica, nem a construção
de infraestruturas, como diques.
Outros países serão particularmente afetados: Índia,
Bangladesh, Vietnã, Indonésia, Japão, Estados Unidos, Filipinas, Egito, Brasil,
Tailândia, Birmânia e Holanda. Entre as principais cidades contam-se Hong Kong,
Calcutá, Dacca, Jacarta, Xangai, Bombaim, Hanói, Rio de Janeiro, Buenos Aires,
Nova Iorque e Tóquio.
Na site do Climate Central é possível ver
imagens com projeções do impacto da elevação do nível do mar em várias cidades
costeiras, inclusive o Rio de Janeiro.
Sydney
após aumento de 4ºC na temperatura global.
As projeções levam em consideração a dilatação do
oceano quando aquecido, o degelo de geleiras e a degradação das calotas polares
da Groelândia e da Antártida, irreversível a partir de um determinado ponto.
Essa elevação será diferente em cada uma das regiões.
“Na maioria dos casos, ela pode traduzir-se num centímetro por século, mas os
deltas e as zonas urbanas” são mais vulneráveis, especificamente, porque estão
menos protegidos pelos sedimentos. O estudo baseia-se em dados de satélites
sobre o nível dos oceânicos.
Steven Nerem, da Universidade do Colorado (EUA)
analisou a metodologia do estudo e concluiu que existem “alguns erros em
locais”, mas considerou ser “o melhor que se pode fazer com os dados públicos
disponíveis”.
Nova
York após aumento de 4ºC na temperatura global.
Jean-Pascal van Ypersele, do grupo internacional de
peritos sobre o clima (GIEC), afirmou tratar-se de “um estudo sólido”. Para o
oceanógrafo Ben Marzeion, da Universidade de Bremen (Alemanha), os dados
apresentados no estudo “podem representar um incrível fardo para muitas
gerações futuras”.
A temperatura do planeta subiu, desde a Revolução
Industrial, 0,8ºC, um ritmo inédito provocado pela emissão de gases de efeito
estufa.
A comunidade internacional fixou o objetivo de manter
a alta da temperatura abaixo dos 2ºC e deve se reunir em 30 de novembro, em
Paris, para tentar concluir um acordo universal que permita alcançar essa meta.
(fimdostempos)
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