Previsão climática do MCTIC reforça alerta de
agravamento da seca na região Nordeste.
Grupo
de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações indica a possibilidade de “estresse hídrico” nos
reservatórios da região Nordeste até o fim do ano. Poucas chuvas na cabeceira
do rio São Francisco, em Minas Gerais, também contribuem para o cenário de
alerta.
O
Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal, do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), reforçou em 02/05/17 o alerta de
agravamento da seca na região Nordeste. A previsão é de chuva abaixo do
esperado entre maio e julho, diminuindo ainda mais o volume de água dos
reservatórios. O documento aponta que o cenário é “extremamente crítico” no
norte da região.
Os
modelos adotados pelos especialistas apontam a possibilidade de um “estresse
hídrico” em tanques do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte até o
fim do ano, ainda que chova dentro da normalidade durante 2017. O açude
Castanhão (CE), por exemplo, pode ficar abaixo de 5% da sua capacidade até o
início de 2018.
“A
situação no Nordeste é muito preocupante. Como previmos nos últimos meses, a
estação chuvosa não está sendo boa por lá. No norte do Ceará e do Maranhão,
choveu um pouco mais, mas o total é muito ruim. Os reservatórios não
recarregaram como deveria, foi totalmente insuficiente. E a tendência é que no
próximo ano o panorama seja mais complicado, porque os níveis dos reservatórios
vão estar ainda menores do que neste ano”, explicou o coordenador-geral de
Operações e Modelagens do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi.
O
volume insuficiente de precipitações na região Sudeste no início deste ano
também contribuiu para a situação dos reservatórios do Nordeste. Isso porque os
principais cursos d’água que abastecem a cabeceira do rio São Francisco estão
no Sudeste. Em abril, a vazão registrada no reservatório de Três Marias, no
Alto São Francisco, ficou 79% abaixo da média histórica. Os impactos
socioeconômicos são sentidos ao longo do curso do rio, como explica Marcelo
Seluchi.
“A estação chuvosa no Sudeste foi muito
deficitária, especialmente em Três Marias, que é o eixo de captação do São
Francisco e alastra essa deficiência para o Baixo São Francisco. O rio, como um
todo, está mal de saúde. Além de gerar energia elétrica, ele ajuda a abastecer
o consumo humano e a irrigação da agricultura, levando a um impacto grande por
conta dessa redução da vazão em Três Marias”, observou.
Cheias
Cheias
Na
região Norte, a previsão para o próximo trimestre indica cheia nos rios
amazônicos, mas os níveis não devem alcançar valores recordes, mesmo com os
transbordamentos registrados no Amazonas (estação Iatacoatiara) e Tapajós
(estação Santarém). O pico das cheias está previsto para junho.
“O
mais crítico parece ser a inundação em Manaus, porque é uma cidade populosa. O
rio vai subir e vai ter o pico em junho. Este ano, haverá inundação, mas parece
que não será recorde, porque as chuvas ficaram mais irregulares nas últimas
semanas”, ressaltou Seluchi.
Participam do GTPCS especialistas do Cemaden, do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE). (ecodebate)
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