Sobradinho atingirá
o volume morto em outubro/17, projeta ONS.
Com redução da
vazão a 600 m3/seg. o indicador ficaria em 3,2% negativo e sem a
redução iria a menos 9%.
O Operador
Nacional do Setor Elétrico projeta que a UHE Sobradinho chegará ao volume morto
ao final de outubro. Em sua apresentação mensal a agentes, referente ao
Programa Mensal de Operação do mês de maio, o primeiro após o período úmido, a
projeção é de que mesmo com a redução da vazão no São Francisco de 700 m³ para
600 m³/segundo, a usina alcance índice negativo. A diferença é o nível, ao se
manter as vazões atuais tende a alcançar 9% negativos, ao se reduzir ficará em
3,2% negativos.
Essa
perspectiva tem como base o fato de que a região onde se encontra a usina tem
cerca de 96% das chuvas concentradas justamente no período úmido e os demais 4%
espalhados pelo restante do ano. Neste período úmido, indicou o ONS, foi
observado o pior no histórico e que deverá se manter nesse mesmo patamar na
estação seca. Em adição a esse cenário encontra-se o fato de que a usina está
com um nível de cerca de 15% ao final desse período.
A
reunião do PMO, realizada na sede do ONS no Rio de Janeiro, dedicou a maior
parte do tempo para falar da operação das usinas da bacia do São Francisco.
Além da situação da UHE Sobradinho que corre o risco de ser desligada em
outubro, foram explicadas as recomendações do operador para a região por conta
da afluência do rio. Um ponto de destaque é que deverá ser mantida a
minimização da defluência na UHE Três Marias, assegurando o uso múltiplo da
água e evitando o esvaziamento desse reservatório, pois se isso ocorrer, uma
parte do São Francisco pode secar. A vazão de 600 m³/s seria para Sobradinho e
Xingó a fim de proporcionar maior segurança hídrica para a região.
Questionado
sobre o impacto da redução das vazões da usina de Sobradinho, o gerente
executivo do ONS, Ney Fukui, disse que o atendimento da carga está garantida,
até porque essa redução da defluência acarreta em uma geração de 140 MW a menor
e que é compensada tranquilamente por outras fontes de geração. “Do ponto de
vista elétrico não há problemas, não terá impacto na cascata de usinas, pois há
a continuidade da defluência e garante a operação das demais usinas”, afirmou
durante a reunião.
Em todo o SIN
houve um período úmido abaixo da média histórica nas principais bacias
hidrográficas do país. No Rio Grande ficou em 77% da MLT entre os meses de
novembro a abril, com precipitação 25% menos do que a média esperada. No
Paranaíba ficou um pouco menor, com 72% da média de longo termo no acumulado
desses meses. Essas duas bacias respondem por 60% de todo o Sudeste/Centro
Oeste, que por sua vez é a região com maior volume de armazenamento do país.
No
Tocantins também houve déficit, com 75% da média histórica e precipitação 20%
menor. Apesar disso, a usina de Tucuruí continua com vertimento de água e com o
reservatório cheio. O motivo é a concorrência dessa central por transmissão com
a UHE Belo Monte (PA, 11.233 MW) que levou a uma redução de sua geração e
consequente replecionamento do reservatório. A tendência é de que com a redução
das afluências, já em maio é possível que esse vertimento seja encerrado. Em
termos de meteorologia ainda não é possível apontar a tendência de se verificar
a ocorrência de La Niña ou El Niño. (canalenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário